Cidades terão mais de 6 bilhões
de habitantes em 2050.
por
Redação da ONU Brasil
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Moradia, infraestrutura, transporte, energia e
emprego são alguns dos desafios das megacidades, como Rio, São Paulo e Belo
Horizonte. Na imagem, criança na Favela Sônia Ribeiro, conhecida como ‘favela
do Piolho’, atingida por um incêndio em setembro de 2012.
As próximas décadas trarão mudanças profundas no
tamanho e distribuição das população global. A contínua urbanização e o
crescimento geral da população fará com que 2,5 bilhões novas pessoas passem a
viver em áreas urbanas em 2050, que abarcarão mais de 6 bilhões de habitantes
dos 9,6 bilhões previstos para essa data.
São Paulo e Rio de Janeiro são citadas como
megacidades e aparecem na lista das áreas urbanas mais povoadas do mundo,
segundo o novo relatório “Perspectivas Globais de Urbanização” das Nações
Unidas, lançado nesta quinta-feira (10).
Os continentes mais impactados por este rápido crescimento
serão a África e a Ásia, onde se espera que 90% dessa nova população de 2,5
bilhões de habitantes residirá – mais especificamente na Índia, China e
Nigéria, que contabilizarão 37% do crescimento mundial da população urbana
entre 2014 e 2050.
Megacidades brasileiras
Produzido pela Divisão de População do Departamento
de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA), o relatório também
destaca que de 1990 até 2014 as megacidades, com registro de população superior
a 10 milhões, saltaram de 10 para 28, incluindo quatro na América Latina.
Entre elas se encontram a Grande São Paulo, com
20,8 milhões de residentes, e o Grande Rio, com 12,8 milhões de habitantes
atualmente. Para 2050, o relatório estima que 79% da população brasileira
viverá em centros urbanos.
São Paulo aparece na quinta posição de maiores
aglomerações urbanas com mais de 5 milhões de habitantes, atrás apenas de
Tóquio (Japão), com 37,8 milhões; Deli (Índia), com 24,9 milhões; Xangai
(China), com 22,9 milhões; e Cidade do México (México) com 20,8 milhões. A
lista também inclui Belo Horizonte na posição 59, com 5,6 milhões de
residentes.
Crescimento em cidades pequenas em países em
desenvolvimento
Com a população mundial urbana superando os 6
bilhões de habitantes, os países em desenvolvimento serão os mais impactados
por este rápido crescimento. O documento informa que grande parte desse
crescimento acontecerá em pequenos assentamentos humanos, que atualmente
registram menos de 500 mil habitantes.
Os países africanos, onde grande parte dessa
urbanização acontecerá, enfrentarão os maiores desafios para encontrar meios de
atender as necessidades relacionadas com esse aumento populacional, incluindo
moradia, infraestrutura, transporte, energia e emprego, assim como serviços
básicos e educação.
“Administrar áreas urbanas se transformou num dos
maiores desafios de desenvolvimento do século 21.
Nosso sucesso ou fracasso
para construir cidades sustentáveis será um fator relevante no sucesso da
agenda de desenvolvimento da ONU pós-2015”, disse Johan Wilmoth, diretor da
Divisão de População da DESA.
O relatório ressalta que uma agenda de planejamento
urbana de sucesso precisará focar em assentamentos urbanos de todos os
tamanhos. Se bem administrada, as cidades oferecem oportunidades importantes
para o desenvolvimento econômico e para a expansão do acesso de serviços
básicos.
Fornecer transporte público, assim como moradia,
eletricidade, água e saneamento para uma população urbana densamente
estabelecida é normalmente mais barato e prejudica menos o meio ambiente que
fornecer um serviço similar em áreas rurais dispersas.
Esta revisão de 2014 do “Perspectivas Globais de
Urbanização” traz informação nova e atualizada das tendências de urbanização
globais e crescimento das cidades. Os dados são vitais para estabelecer
prioridades políticas para promover um desenvolvimento inclusivo, equitativo e
sustentável para as áreas urbanas e rurais.
Ao reconhecer a importância das cidades pequenas e
municípios, essa última revisão expande a recopilação de cidades e fornece,
pela primeira vez, uma estimativa e projeção populacional para todos os
assentamentos urbanos do mundo com mais de 300 mil habitantes em 2014.
Acesse todos os dados disponíveis em http://esa.un.org/unpd/wup/
Fonte: ONU Brasil
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