Fraudes no setor madeireiro em
evidência.
A extração
predatória e ilegal de madeira alimenta a degradação florestal e o
desmatamento. Foto: © Greenpeace/Marizilda Cruppe.
Em reportagem no Bom Dia Brasil, a TV Globo aborda
o atual descontrole no sistema de produtos florestais na Amazônia, um assunto
que tem sido amplamente anunciado pelo Greenpeace na campanha Chega de Madeira
Ilegal
O Bom Dia Brasil publicou na manhã de hoje
uma matéria sobre uma fraude no sistema que deveria controlar o comércio de
produtos florestais no Pará, responsável por causar a derrubada ilegal de mais
de 60 mil hectares de floresta – uma área desmatada equivalente à metade da
cidade de Belém.
A reportagem destaca também a investigação de dois
anos do Greenpeace no estado do Pará que revelou que o atual sistema de
controle não é apenas falho, mas alimenta a degradação florestal e o
desmatamento. Como consequência, a ilegalidade tomou conta do setor. Entre os
anos de 2011 e 2012, cerca de 78% das áreas exploradas para a extração de
madeira no Pará, que é o maior produtor da região, ocorreram de forma
irregular. No Mato Grosso, segundo maior produtor, o índice foi de 54%.
Conheça a campanha Chega de Madeira Ilegal
Frequentemente, em vez de conter o crime, o sistema
oficial é usado para ‘lavar’ madeira produzida de forma predatória e ilegal
que, mais tarde, será vendida a consumidores no Brasil e no mundo como se fosse
‘legal’.
“Se bem feita, a exploração de madeira pode ser um
caminho pra salvar a floresta, mas, da maneira como está, acabou se tornando
mais um ingrediente da destruição. Para mudar essa situação, é necessária uma
urgente e profunda reforma dos sistemas de controle e do modo como se permite
explorar a floresta hoje” disse Marcio Astrini, da Campanha Amazônia do
Greenpeace.
Esse é o momento de cobrarmos aqueles que querem
governar nosso país nos próximos 4 anos para mudar essa situação. O Greenpeace
está elaborando uma plataforma de propostas que será apresentada a todos os
presidenciáveis incluindo as seguintes demandas:
Criação do Programa Ciência na Floresta, visando
promover a pesquisa e o uso de novas tecnologias para o setor madeireiro com o
objetivo de tornar o país líder na exploração sustentável das florestas
tropicais
Realização de um zoneamento ecológico econômico
para a produção madeireira na Amazônia, por meio do qual serão definidas as
áreas de maior importância para a atividade e, consequentemente, os
investimentos para a exploração responsável e sustentável
- Criação
de novos processos para autorização da exploração madeireira e de um novo
sistema de controle para o setor, que devem ser nacionalmente unificados,
com regras claras e transparentes. Todas as informações referentes à
autorização e controle da exploração florestal devem estar disponíveis
publicamente e em tempo real na internet
- Integração
dos sistemas que controlam a comercialização dos produtos madeireiros ao
sistema tributário nacional
- Implementação
da rastreabilidade dos produtos florestais desde a sua origem
- Coordenação
de esforços para que os estados realizem e divulguem publicamente uma
revisão dos planos de manejo e das licenças de operação das madeireiras
- Criação
de marco legal que determine sanções a estados e municípios em caso de não
realização da prestação de contas anual, ou de descumprimento das
obrigações legais previstas na lei de gestão florestal e em seus
respectivos atos legais regulatórios
- Reestruturação
das esferas governamentais de controle do setor, incluindo a criação de um
plano de investimentos
- Elaboração
de plano de capacitação e investimentos consistentes no manejo florestal
comunitário.
Fonte: Greenpeace
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