Casa Branca: Custos das mudanças
climáticas podem subir 40%.
Conselheiros econômicos de Barack Obama
redigiram um estudo alertando que a falta de estratégias para mitigar o
aquecimento global pode resultar em prejuízos econômicos de até 3% do PIB
mundial.
A Casa Branca divulgou um relatório
que examina as consequências econômicas de se adiar ações climáticas, e
concluiu que o atraso na implantação de políticas de mitigação em uma década
aumenta os custos totais das medidas em cerca de 40%.
A nova publicação, elaborada pelo Conselho
Econômico do governo Obama, alerta que permitir um aumento nas temperaturas de
3ºC – em vez da meta estabelecida internacionalmente de 2ºC – intensificaria as
perdas econômicas em 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Se o aumento
fosse de 4ºC, o prejuízo alcançaria 3,1% do PIB. Nos Estados Unidos, isso
significaria US$ 150 bilhões em 2014.
E os custos apontados não são pontuais, mas
ocorrerão ano após ano devido aos danos permanentes causados pelo aumento das
mudanças climáticas e a inação.
O relatório afirma que as políticas climáticas
podem ser vistas como uma forma de seguro:“Assim como as empresas e indivíduos
se resguardam contra riscos financeiros severos ao comprar várias formas de
seguros, os legisladores podem agir agora para reduzir as chances de
desencadear os eventos climáticos mais severos”.
“E, ao contrario das apólices convencionais, a
política climática que serve como seguro é um investimento que também resulta
no ar limpo, na segurança energética e em benefícios que são dificilmente
monetizados, como a diversidade biológica.”
“Adiar as ações aumentará os custos das mudanças
climáticas. É hora de agir”, disse Obama nas redes sociais.
O alerta foi soado ao mesmo tempo em que a
Agência de Proteção Ambiental do país (EPA, em inglês) deu início nesta
terça-feira (29) a uma série de quatro consultas públicas sobre a proposta de
controlar as emissões de dióxido de carbono das usinas de energia do país em
30% até 2030, assunto que tem causado muita polêmica.
A Câmara de Comércio Americana e outros grupos
empresariais estão criticando as regras centrais no plano de ação climática de
Obama, afirmando que prejudicarão economicamente o país.
Para se ter uma ideia da proporção que o assunto
tomou, a EPA comentou ter recebido mais de 300 mil comentários sobre a proposta
e que mais de 1,6 mil pessoas se inscreveram para falar nas consultas públicas.
O relatório da Casa Branca deve apoiar as ações
que o governo norte-americano vem implantando através da EPA para conter o
aumento das emissões de gases do efeito estufa.
O presidente Barack Obama há alguns anos depende
da EPA para conseguir efetivar regras ambientais mais rígidas, já que no
Congresso Nacional qualquer medida que busque regulamentar emissões de GEEs é
barrada pela forte oposição Republicana.
Ordens executivas
Nesta semana, a Casa Branca também está lançando
outras duas frentes de ação. Uma delas é voltada para o controle das crescentes
emissões de metano vindas do setor de gás natural, fonte de energia que tem
ganhado muito espaço, especialmente devido à exploração do gás de xisto.
A administração Obama também anunciou mais uma
ferramenta que faz parte da ‘Iniciativa para Informações Climáticas‘ (Climate
Data Initiative), que usa os vastos recursos e informações abertas do governo
para estimular inovações e o empreendedorismo voltados para ações climáticas.
O foco inicial da medida, lançada em fevereiro,
foi a resiliência da região costeira, e agora o governo lançou uma campanha
voltada para a resiliência alimentar.
Fonte: CarbonoBrasil
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