A evolução para um capitalismo
consciente.
Ou temos a sociedade viva ou não temos
clientes para aquisição dos produtos e serviços das empresas.
Há mais de dez anos venho falando em minhas
palestras sobre a importância de termos líderes conscientes e transformadores
no mundo, que entendam que somos apenas micro-organismos vivendo num planeta,
onde ocupamos apenas 12% do mesmo (isso quando pegamos toda a massa do
planeta). Se pararmos para pensar, ocupamos apenas uma casca do planeta. Ao
descermos mais de 4 mil metros em qualquer que seja o oceano, encontramos um
ambiente tão inóspito para o ser humano quanto o é o ambiente de marte.
Trato deste assunto em detalhes nos meus livros
Gestão sem Medo, Felicidade, o Deus Nosso de Cada Dia e Talento, a Verdadeira Riqueza
das Nações. Em resumo, ou nós entendemos de uma vez por todas que o planeta não
é nosso e que precisamos respeitá-lo na sua integridade ou ele nos liquida.
Falamos de término da humanidade a qualquer momento.
Ou de forma lenta e gradual. Vamos nos lembrar de
que para cada ação nociva sobre o planeta recebemos do mesmo uma reação muito
mais destrutiva. Então é questão de tempo. Ou nos conscientizamos – políticos,
religiosos, educadores, militares e empresários – sobre esta realidade ou
estamos fadados a ter o planeta destruindo o habitat de nossas futuras
gerações.
O título deste artigo é bem categórico. Falo de
capitalismo porque é o capitalismo que comanda o mundo. Se analisarmos a
receita das 50 maiores multinacionais vamos concluir que cada uma delas tem uma
receita anual maior do que o PIB de cada um dos 70% dos países do globo. Se
pegarmos as dez maiores multinacionais, sua receita em conjunto só perde para o
PIB de Estados Unidos, China, Japão e Alemanha (os quatro maiores PIBs do
planeta).
Então, para evoluirmos com o tema, vamos
descobrir que a maior concentração de líderes no mundo atual encontra-se no
mundo corporativo, digno representante do mundo capitalista. Não estão mais na
igreja, no governo, nas forças armadas ou no mundo acadêmico. Então precisamos
trabalhar na conscientização dos líderes do mundo corporativo para que, através
deles, consigamos desenvolver uma melhor ambiência planetária. E o objetivo é
simples. Ou temos a sociedade viva ou não temos clientes para aquisição dos
produtos e serviços das empresas. Ou cuidamos do planeta ou não teremos mais
países, nações, empresas, famílias e, em última instância, o ser humano.
Podemos, a partir desta rápida análise, ser
categóricos em dizer que o mundo caminha para um capitalismo consciente. Os
humanos estão evoluindo e, com esta evolução, é natural que o mundo dos
negócios também evolua. Encontramos cada vez mais empresas responsáveis
direcionando seu modelo produtivo para um capítulo sustentável. Não há porque
mantermos discursos inflamados contra o lucro. Somente o lucro possibilita que
essas empresas responsáveis reinvistam na formação de seu pessoal com atitude
desenvolvida para se atingir o bem em curto, em médio e em longo prazo.
Sendo assim, o modelo capitalista que se aproxima
(grande parte dele já em operação) é o de continuar a buscar altos padrões de
produtividade consciente para atingir lucro, sabendo remunerar bem e de forma
correta, onde quem mais produz recebe mais. Até para que se estimule o processo
natural de inventividade, aceite de risco, inovação e criatividade, sem o que
as empresas não sobrevivem.
E, a reboque, surgem os governos, usando do setor
corporativo – sempre mais produtivo, livre de amarras políticas – para fazer
rodar suas economias. Assim serão criados verdadeiros valores para as
sociedades. Quanto mais efetividade se encontrar no mundo corporativo, mais
barato e de melhor qualidade serão os serviços e produtos sendo
disponibilizados para esta sociedade que cada vez demanda mais produtos bons e
baratos, independentemente da origem das empresas. Este processo não tem
retorno.
Atualmente as transnacionais, muitas delas com
presença física em mais de cem países, já fazem mais receita fora dos seus
países de origem do que na matriz. São apátridas. São essas empresas, que se
fusionam constantemente, as responsáveis pelo futuro que advirá, com integração
das empresas e depois das nações, podendo o bem ser replicado na forma de novos
valores a todos os habitantes do planeta terra.
É para onde caminhamos. O capitalismo consciente
é a última tendência.
* Alfredo Assumpção
é Chairman & Partner da Fesap, holding das empresas Fesa, Asap Recruiters e
Fesa Advisory.
Fonte: Carta
Capital
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