Ibama realiza operação de
fiscalização para coibir o comércio ilegal de carvão e proteger Cerrado e
Caatinga.
Foi
deflagrada, no dia 5/6, a operação Metástase com o objetivo de coibir o uso de
carvão ilegal na cadeia produtiva de ferro-gusa proveniente dos biomas Cerrado
e Caatinga. A operação é um esforço conjunto do Ibama, da Polícia Federal e do
Ministério Público Federal durante mais de um ano de investigação.
O esquema principal dos infratores consistia em
obter autorizações irregulares concedidas por órgãos estaduais de meio ambiente
para poder “esquentar” (acobertar) o carvão proveniente de áreas não
autorizadas. As informações das autorizações eram registradas no sistema de
controle florestal e emitia-se o documento de origem florestal como se o carvão
tivesse origem legal. Em seguida, por meio desse sistema informatizado, ocorria
uma intensa movimentação de créditos virtuais de carvão proveniente das
autorizações fraudulentas, em diversos estados, para vender, comprar e
transportar o carvão nativo oriundo de áreas do Cerrado e da Caatinga que não
têm autorização para tal atividade. Essas transações contavam com a
participação de “agenciadores” (atravessadores) que atuam na organização do
comércio ilegal de carvão. O principal destino do carvão ilegal eram indústrias
siderúrgicas localizadas no estado de Minas Gerais.
Na investigação, foram identificadas 89 carvoarias
(origem) localizadas nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia, Pará,
Goiás, Paraná, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí e Tocantins, as quais
abasteciam com carvão ilegal 36 siderúrgicas (consumidores) no estado de Minas
Gerais. Também, foram identificados mais de 200 caminhões que utilizaram
documentos de origem florestal fraudulentos para o transporte de carvão ilegal.
Como exemplo, uma única empresa, localizada no município de Guaíra, estado do
Paraná, acobertou aproximadamente 50 mil metros de carvão (mdc).
Na prática, o carvão era produzido ilegalmente nos
estados de Goiás e Minas Gerais e esquentado como se tivesse sido importado do
Paraguai ou recebido de outros estados, e depois consumido em Minas Gerais. Em
Goiás, outra empresa de fachada, comercializou cerca de 86 mil metros de carvão
(mdc) ilegal em apenas um ano, o que equivale a mais 1.400 caminhões de carvão
ou cerca de 3 mil hectares de área desmatada. Até o momento, a investigação
constatou que, no período de 2 anos, os envolvidos comercializaram pelo menos
210 mil metros de carvão (mdc) produzidos ilegalmente e consumidos pelas
siderúrgicas.
Além das ações punitivas, o Ibama vem implantado
diversas medidas de segurança no sistema de controle florestal, entre elas, a
certificação digital, que passa a ser obrigatória para todos os usuários a
partir de 01 de julho de 2014.
Ascom/Ibama
Fotos: Dipro/Ibama
Fonte: EcoDebate
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