Economia de 20 anos com
eficiência energética em edifícios pode abastecer todo o MS por um ano.
Com a queda do desmatamento no Brasil, eficiência
energética em edifícios e agronegócio passa a serem alvos de projetos que visam
a redução das emissões de gases de efeito estufa.
“O setor
de edificações tem um enorme potencial para a redução de emissões de gases de
efeito estufa na atmosfera”, diz Alexandra Maciel, analista de infraestrutura
da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente (MMA).
A
importância da eficiência energética de edifícios para a redução da emissão de
gases de efeito estufa vem crescendo devido a uma mudança no perfil das
emissões. Isto é consequência do trabalho significativo no combate ao desmatamento
no Brasil.
Cientes
do potencial desse segmento e das necessidades de desenvolvimento de
estratégias e políticas para redução das emissões, PNUD, MMA, Fundo para o Meio
Ambiente Mundial (GEF), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Protocolo
de Montreal se uniram para desenvolver um projeto que visa transformar o
mercado de eficiência energética de edifícios no Brasil, por meio do fomento à
realização de projetos na área e do aumento dos investimentos na modernização
de sistemas de iluminação, ar condicionado e infraestrutura de edifícios
públicos e comerciais.
A
estimativa é de que, em 20 anos, o projeto contribua para uma economia de até 4
milhões de MW/h, o suficiente para abastecer todo o estado do Mato Grosso do
Sul por um ano (dados da Aneel).
Além disso, pelo mesmo período de tempo, 2 milhões de toneladas de dióxido de
carbono equivalente (CO2eq) deixarão de ser emitidos na atmosfera.
Na
primeira fase do Projeto foi feita uma simulação energética do Bloco B da
Esplanada dos Ministérios, que abriga os ministérios do Meio Ambiente e da
Cultura, em Brasília, visando a certificação do edifício por meio de uma
Etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, a exemplo do que já
acontece com equipamentos domésticos e eletrônicos, como geladeiras e ar
condicionado. O prédio entra agora na fase de certificação do projeto que
será implantado, e contempla as soluções e medidas de economia sugeridas pela
simulação. A redução no consumo de energia será equivalente a 30%.
A
intenção é que o projeto desenvolvido para o prédio do MMA e MinC possa ser
replicado por outros ministérios que possuem desafios parecidos dentro do
Projeto Esplanada Sustentável, e, assim, possam também ter a indicação “A” do
selo de eficiência energética.
O governo
federal possui 28 mil edifícios espalhados pelo país. Se apenas 47 edifícios
públicos com consumo de energia semelhante ao prédio dos dois ministérios
implementassem o projeto, a meta de redução de emissões do projeto seria
atingida. Para sensibilizar e capacitar o setor público, o projeto realizará,
no segundo semestre, um programa nacional de capacitação na etiquetagem de
edifícios em cooperação com a Escola de Administração Fazendária (ESAF) do
Ministério da Fazenda.
Esta é a
etiqueta do INmetro que certifica Eficiência Energética em Edificações
Comerciais, de Serviços e Públicas
Linhas de
Financiamento
O Projeto
busca também formas de minimizar as dificuldades para que empreendedores,
gestores ou consultores e empresas de serviços de conservação de energia (ESCO)
consigam acesso a linhas de financiamento para desenvolverem os projetos de
eficiência energética. Esse processo é conhecido como Mecanismo de Garantia de Eficiência Energética (EEGM, na
sigla em inglês), em que uma carta de fiança fornecida pelo BID
facilita a empreendedores ou gestores obter créditos com instituições
financeiras para implantação de projetos de eficiência energética. Assim, tanto
o setor público quanto o setor privado passam a ter mais acesso às linhas de
financiamento do mercado.
Também
para facilitar a concessão de crédito para projetos nesta área, MMA e PNUD, em
parceria com o BID, estão realizando capacitações para que instituições
financeiras saibam como avaliar projetos de eficiência energética acabando com
o mito de que esses seriam investimentos de alto risco.
Além
disso, treinamentos estão sendo oferecidos para consultores e gestores de
projetos, com o intuito de capacitá-los a desenvolver projetos de eficiência
energética de forma a acessar o EEGM. Brevemente, modelos desses projetos serão
disponibilizados ao público para que sirvam de exemplo para a elaboração de
projetos relacionados ao tema.
Outras
ações que compõem o Projeto são:
- O Projeteee,
uma ferramenta online gratuita, desenvolvida pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), por meio da qual o usuário, arquiteto, engenheiro ou
projetista, seleciona a cidade onde a edificação será realizada e a ferramenta
oferece soluções simples de eficiência energética de acordo com as
características bioclimáticas do local.
-
Desenvolvimento de material informativo e didático acerca da etiquetagem de
edifícios para os setores público e privado;
- Estudo
sobre estado da arte para contratações de projetos de eficiência
energética no Brasil.
Fonte: EcoDebate
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