Operação da PF investiga retirada ilegal de madeira em terras indígenas de MT.
Ao todo, 236 agentes participam da operação.
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Policiais federais participam desde as primeiras
horas da manhã de ontem (7) de uma operação de combate à exploração ilegal de
madeira em duas áreas indígenas do noroeste de Mato Grosso. Mandados judiciais
também estão sendo cumpridos, pelos 236 agentes, nos estados de Rondônia, São
Paulo, do Paraná e de Santa Catarina.
Ao todo, a Justiça Federal de Juína (MT) expediu
67 mandados de busca e apreensão; 28 de condução coercitiva e nove de prisão
preventiva (sete deles em Mato Grosso e dois em Rondônia). A Operação Kalupsis
(do grego acobertar, encobrir) também conta com a participação do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cujos
servidores estão fiscalizando algumas das madeireiras onde policiais cumprem os
mandados judiciais.
Segundo as primeiras informações divulgadas pela
assessoria da PF, a operação é resultado de investigações iniciadas pela
Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, em fevereiro de 2013.
Durante a apuração, PF e Ibama identificaram que a madeira vinha sendo
ilegalmente cortada e retirada do interior de duas áreas indígenas (Arara Rio
Branco e Aripuanã) do noroeste mato-grossense. A operação criminosa era
acobertada mediante a transferência de créditos florestais fictícios e
fraudulentos.
De acordo com informações no site do Ibama, os
créditos servem para acompanhar todo produto florestal desde a origem até o
destino final, comprovando a origem lícita da madeira existente em um
estabelecimento ou em transporte. Dessa forma, toda a madeira armazenada no
pátio de uma serraria ou madeireira deve estar devidamente registrada nos sistemas
de controle florestal do Ibama (Sisdof).
Fraudes ao sistema como a apurada pela Operação
Kalupsis não são uma novidade. Em novembro de 2013, o Ibama e a Força Nacional
apreenderam, também na cidade de Aripuanã (MT), quatro caminhões com madeira
nativa retirada ilegalmente da mesma terra indígena, a Arara do Rio Branco. Em
dezembro do ano passado, a PF deteve dezenas de pessoas no Maranhão, onde
deflagrou a Operação Nuvem Negra.
Na ocasião, o Ibama divulgou que, só em 2013,
quase 500 mil metros cúbicos de madeira haviam entrado no Maranhão e no Pará
com a apresentação de certidões “esquentadas”. O volume é suficiente para
encher 14 mil caminhões de transporte desse tipo de material.
O diretor de Fiscalização do Ibama, Luciano
Evaristo, explicou à Agência Brasil na época, que os criminosos entravam no
sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de
empresas autoriazadas pelo governo para comercializar madeira. Feito isso, os
fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de
licença para uma empresa fantasma.
O departamento de comunicação social da PF em
Mato Grosso informou que vai divulgar um balanço preliminar da operação nas
próximas horas.
Fonte: Agência Brasil
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