Apenas 30% das cidades
estabeleceram metas para diminuição de resíduos.
Apenas 30% das cidades brasileiras estabeleceram
metas para a redução de resíduos sólidos, disse ontem (12) o coordenador do
Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatin. Ele participou de seminário na Câmara
Municipal de São Paulo e defendeu o planejamento e a mudança de rotina para
encaminhar quase todo o lixo de forma correta.
Para Sabatini, se a humanidade tem capacidade
para criar e fabricar produtos, é capaz também de planejar e gerenciar o
descarte ou a reutilização do lixo. “Primeiro é preciso estabelecer uma meta e
planejar. Se encaminharmos 90% do lixo corretamente já é ótimo. Uma vez
estabelecendo uma meta, teremos profissionais estudando como chegar a essa
meta. Esse é o princípio do lixo zero. Queremos estimular a mudança de
hábitos”, declarou.
Segundo o coordenador, o conceito de lixo zero
precisa ser compreendido pela população como algo que deve ser planejado para
reduzir ao mínimo o envio de material para aterros sanitários ou incineradores.
Ele ressaltou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga os
grandes geradores de lixo a estabelecer metas para a diminuição dos resíduos,
pôs os municípios numa corrida contra o tempo.
“Agora estamos em uma corrida muito perigosa
porque não sabemos a qualidade dos projetos que virão para planejarmos a
administração dos resíduos. A lei diz que o grande gerador tem de ter seu plano
de gestão de resíduos sólidos. O número, nesse caso, é muito menor do que o de
cidades. Existe uma crença de que a lei vai ser prorrogada de alguma forma, mas
o Ministério Público já se pronunciou dizendo que vai fazer a lei ser
cumprida”, alertou.
O vereador Ricardo Young (PPS) ressaltou que a
única forma de transformar as cidades em sustentáveis é transformá-las em
espaços urbanos regeneradores de serviços ambientais. No entanto, os centros
urbanos funcionam recebendo os recursos naturais e os degradando. “Simplesmente
acumulamos e não devolvemos nem regeneramos nada. Um dos grandes esforços do
século 21 é mudar a natureza e o aglomerado urbano, transformando-o em espaço
de reciclagem”, declarou.
Young defendeu a ampliação da reciclagem para
transformar centros urbanos em concentrações capazes de reutilizar os resíduos:
“Quanto mais conseguirmos recuperar, menor será nossa agressão ao meio ambiente
e mais condições teremos de reduzir o enorme risco gerado pelas cidades”. Ele
ressaltou que o município de São Paulo é pioneiro na aplicação da Lei de
Resíduos Sólidos.
Fonte: Agência Brasil
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