Grande expedição vai estudar
poluição plástica no Mediterrâneo.
Primeiro
dia de visitas do público ao veleiro ‘Tara’, em Toulon, no sul da França. PM.
Tattevin/Tara Expéditions RFI
A veleiro francês Tara retornou nesta quarta-feira
(28) ao mar Mediterrâneo para uma longa missão de avaliação sobre a presença de
resíduos plásticos nas águas e o impacto dos dejetos nos ecossistemas marinhos.
O barco, que partiu de Toulon, vai realizar escalas em 13 países, ao longo de
sete meses.
A missão vai investigar os efeitos de uma pressão
demográfica cada vez maior nos países banhados pelo Mediterrâneo, com o aumento
da poluição, principalmente plástica. Os barcos Pacífico e Ártico já haviam
recolhido informações e amostras para a pesquisa em 2011 e 2013.
A viagem do Tara vai começar pela Sardenha (Itália)
e segue para Durres (Albânia), as ilhas gregas, Beirute (Líbano), Haifa e Tel
Aviv (Israel), Valete (Malta), Bizerta (Tunísia), Alger (Argélia), Marselha
(França), Nápoles e Gênova (Itália), Perpignan (França), Barcelona (Espanha),
Tanger (Marrocos) e Faro (Portugal), até retornar para Lorient, no noroeste da
França. O fim da missão está previsto para 7 de dezembro.
“Atualmente, 450 milhões de pessoas vivem em torno
desta bacia, um número que dobrou em 30 anos”, destacou Romain Troublé, durante
uma coletiva de imprensa nesta terça em Paris, para apresentar a expedição.
O Mediterrâneo, que representa menos de 1% da
superfície de oceanos do planeta, é uma imensa reserva de biodiversidade (8%
das espécies). Cerca de 90% da poluição que o mar recebe vem da terra.
Conhecer melhor os impactos
Gaby Gorsky, diretor científico da expedição Tara,
disse que apesar da acumulação crescente de resíduos plásticos na natureza,
“conhecemos muito pouco do que está acontecendo com os plásticos e o impacto
deles nos ecossistemas”. “Vamos avaliar os fragmentos de plástico que flutuam,
que têm de 0,3 a 50 milímetros, e os poluentes orgânicos associados a eles”,
explicou. Esse diâmetro é o resultado de vários anos de decomposição do
material no mar.
O passo seguinte será analisar os ecossistemas que
se formam sobre o lixo – bactérias, protozoários, micro-algas e moluscos, entre
outros. Por fim, os cientistas vão estudar a interação dos ecossistemas do
plâncton com os fragmentos de plásticos. Uma pesquisa realizada em 2009 indicou
que havia cerca de 250 bilhões de fragmentos do material no Mediterrâneo.
A expedição Tara conta com a colaboração
interdisciplinar de pesquisadores franceses, italianos, alemães e americanos.
Um dos objetivos também é, em cada parada do barco, conscientizar as populações
locais sobre os riscos da poluição.
Fonte: RFI
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