Estudo indica que hidrelétricas
estão entre responsáveis por enchentes na Índia.
Junho/2013. Enchentes e deslizamentos de
terra provocadas por 60 horas ininterruptas de chuvas de monções se abateram
sobre comunidades no norte da Índia na semana passada. [foto: ADRA
Índia/http://news.adventist.org]
Em junho passado, enchentes e deslizamentos
provocados por chuvas de monções antecipadas, devastaram o estado himalaio de
Uttarakhand, deixando mais de 5.500 mortos e desaparecidos e destruindo cidades
e povoados.
Projetos de hidreletricidade no norte da Índia
foram parcialmente responsabilizados por enchentes devastadoras que mataram
milhares de pessoas no ano passado, concluiu um relatório do governo, em um
alerta para outros países do Himalaia que investem nessa fonte de energia
limpa. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias.
Em junho passado, enchentes e deslizamentos
provocados por chuvas de monções antecipadas, devastaram o estado himalaio de
Uttarakhand, deixando mais de 5.500 mortos e desaparecidos e destruindo cidades
e povoados.
O segundo país mais populoso do mundo se voltou
para projetos de hidreletricidade na cordilheira do Himalaia para produzir
eletricidade, enquanto busca conter sua dependência em usinas térmicas a
carvão, assim como reduzir seus incapacitantes cortes de energia.
Paquistão, China, Butão e Nepal também observam a
expansão das usinas hidrelétricas no Himalaia variar em diferentes níveis,
frequentemente em áreas frágeis ecologicamente.
Em um relatório encomendado pelo governo indiano,
um painel de especialistas indicou que mais de 30 projetos de hidrelétricas
provocaram um aumento de sedimentos nos rios de Uttarakhand, inclusive solo
escavado durante a construção e depositado nas margens.
Quando chuvas intensas caem sobre a região, os
rios irrompem suas margens, levando toneladas de água e sedimentos rio abaixo,
exacerbando as cheias que arrastaram estradas, pontes e prédios.
“Os danos ocorreram devido a uma combinação de
quantidade de água de enchentes e cargas de sedimentos arrastadas pelos rios”,
destacou o informe obtido pela AFP na noite de terça-feira.
“A gestão de resíduos (resultantes de escavação)
é uma questão crucial. As práticas atuais precisam ser revistas e formas
tecnicamente corretas e ecologicamente sustentáveis para a gestão de sedimentos
em Uttarakhand devem ser propostas para proteger as pessoas e o terreno de uma
situação como a de 23 de junho”, destacou.
O informe também ressaltou que, embora os
políticos considerem a produção e a venda da energia hídrica como “essencial”
para as receitas, o emprego e o crescimento econômico, a região economicamente
frágil precisa ser melhor protegida.
Segundo o documento, 23 de 24 projetos propostos
estudados na região não deveriam ser liberados se estiverem sendo construídos
perto de áreas protegidas ou vulneráveis.
O relatório, que foi apresentado ao governo e à
Suprema Corte este mês, pede que um único departamento do governo gerencie
questões de conservação no Himalaia.
“É importante que a questão da conservação no
Himalaia seja abordada com a máxima sinceridade por um departamento/ministério
apontado no governo central”, destacou o informe.
Também foram recomendados estudos em toda a
região para melhor entender o impacto de múltiplas usinas, os efeitos
ambientais do desmatamento, das escavações, das explosões e dos reservatórios.
As hidrelétricas geram atualmente 17,4% da
eletricidade na Índia, mas muitos projetos estão atualmente em desenvolvimento,
inclusive 92 que foram licenciados em Uttarakhand.
Fonte: EcoDebate
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