Artigo da Nature mostra que a
floresta amazônica desempenha importante papel para o mundo.
O impacto de distúrbios naturais na floresta
amazônica sobre o balanço de carbono é o tema de um artigo publicado no último
dia 18 na revista Nature, que tem como coautor o pesquisador Raimundo Cosme de
Oliveira Junior, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA). O artigo mostra que
mesmo com os distúrbios que ocasionam a perda de árvores (biomassa), a floresta
ainda é a grande responsável pelo sequestro de carbono, ou seja, por capturar
da atmosfera gases que ocasionam o efeito estufa, confirmando assim o papel de
destaque da região no cenário das mudanças climáticas globais.
Os distúrbios naturais são em sua maioria
derrubadas de árvores por ventos e chuvas e representam 2% de perda da
floresta. No estudo, o grupo de pesquisadores avaliou distúrbios de diferentes
escalas e frequências na floresta e sua interferência na perda de biomassa e
carbono, e chegou à conclusão de que a floresta amazônica pode ser um grande sumidouro
de carbono terrestre. “Existe uma divergência no meio científico sobre se a
floresta é sumidouro ou emissora de CO2, com o trabalho queremos provar que é
um sumidouro”, esclarece o pesquisador Raimundo Cosme. Um sumidouro é um
processo, atividade ou mecanismo que retira os gases de efeito estufa da
atmosfera, ao contrário de uma fonte que emite os gases. Portanto, realiza o
sequestro de carbono, atividade importante no processo de contenção das
mudanças climáticas.
Ao analisar as diferentes intensidades dos
distúrbios e seus efeitos, o trabalho mostrou que os distúrbios de pequena
escala são os que ocasionam mais perda de biomassa (88%), e por isso impactam
mais no balanço de carbono. Já as perdas de média e grande intensidade têm
menor impacto sobre a floresta. “Isso porque os distúrbios em pequenas áreas
ocorrem mais vezes do que nas grandes áreas, ocasionado uma perda maior quando
somadas”, explica o pesquisador.
O artigo é assinado por pesquisadores da Nasa
(EUA), Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), Universidade de Leeds
(Reino Unido), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa (Brasil),
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (Brasil), Universidade de
New Hampshire (EUA), Instituto Nacional de Pesquisas Especiais – Inpe (Brasil),
Jardim Botânico de Missouri (EUA), Universidade de Stanford (EUA) e
Universidade de Nottingham (Reino Unido).
A Nature é uma das mais conceituadas revistas
científicas do mundo, classificada como A1 pela Capes, e também uma das mais
antigas: sua primeira edição data de 1869.
Fonte: EcoDebate
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