Por que as empresas devem
investir em educação ambiental? Artigo de Antonio Silvio Hendges.
A educação ambiental é definida como “os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade” – Lei 9.795/1999, artigo 1º. Os
objetivos são desenvolver a compreensão integrada do meio ambiente em suas relações
ecológicas, psicológicas, legais, políticas, sociais, econômicas, científicas e
culturais; incentivar à participação individual e coletiva, responsável e
permanente e a qualidade do meio ambiente como valor inseparável da cidadania;
estimular a cooperação e a busca de uma sociedade fundada nos princípios da
liberdade, solidariedade, democracia e justiça social; integrar a ciência e
tecnologia; fortalecer a cidadania, autodeterminação e solidariedade como
fundamentais ao futuro com desenvolvimento sustentável.
As atividades empresariais devem incorporar as
dimensões ambientais e promover a responsabilidade socioambiental para a
conservação, recuperação e manutenção das condições ambientais adequadas,
inclusive dos recursos indispensáveis ao desenvolvimento econômico sustentável.
Uma das formas das empresas realizarem esta ação é através da adoção de
programas e projetos de educação ambiental internos para os colaboradores
diretos e externos para os públicos alvos dos seus produtos e/ou serviços, ou ainda
de forma mais ampla, para as comunidades onde atuam. Este pode ser um
diferencial importante na escolha dos consumidores e tornar-se uma vantagem
competitiva significativa ao melhorar a comunicação interna e externa, a
economia de recursos e as relações comunitárias.
Os programas de educação ambiental podem ser
parte de projetos mais abrangentes como a gestão ambiental da empresa,
auxiliando na capacitação dos colaboradores diretos e minimizando as
possibilidades de conflitos externos com os consumidores e outras partes
interessadas, inclusive com os órgãos ambientais e fiscalizadores,
estabelecendo um canal qualificado de comunicação que pode ser avaliado
periodicamente e realizarem-se as adequações necessárias. A educação ambiental
pode fazer parte da estratégia de marketing da empresa, agregando valor aos
produtos e serviços. Também podem ser destacados aspectos específicos da
política de meio ambiente das empresas, como por exemplo, o tratamento adequado
para os resíduos da produção e pós consumo, sistemas de logística reversa e a
economia de recursos naturais.
De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade
NBC T 15, os investimentos e gastos nos programas de educação ambiental para
empregados, terceirizados, autônomos, administradores da entidade e comunidades
podem ser evidenciados na contabilidade ambiental das empresas e constarem em
seus Relatórios de Responsabilidade Social e Ambiental, possibilitando a
divulgação às partes interessadas – clientes, consumidores, fornecedores,
distribuidores, órgãos ambientais, imprensa e outros. Portanto, a educação
ambiental é um instrumento eficiente e prático para divulgar as ações e os
princípios do desenvolvimento sustentável empresarial, contribuindo
decisivamente para a formação de uma imagem positiva das empresas, seus
produtos e serviços.
Antonio
Silvio Hendges, Articulista do Portal Ecodebate, é Professor de biologia,
assessoria em sustentabilidade e educação ambiental. Email:
as.hendges@gmail.com
Fonte: EcoDebate
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