BA: Grupo de Trabalho quer
legislação mais rígida contra uso de agrotóxicos.
O Grupo de Trabalho de combate aos efeitos dos
agrotóxicos, lançado nesta quinta-feira (27) pela Frente Parlamentar
Ambientalista da Bahia, defendeu o aperfeiçoamento da legislação com normas
protetivas que limite o uso indiscriminado dos agrotóxicos na produção de
alimentos. No encontro também foi reclamado o fortalecimento do monitoramento
dos alimentos naturais e industrializados comercializados no estado e dos
recursos hídricos, a fim de verificar se há contaminação por conta da aplicação
dessas substancias venenosas na lavoura. De acordo com o deputado Marcelino
Galo (PT), que coordena a pela Frente Parlamentar Ambientalista e ocupa a
vice-presidência da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da
Assembleia Legislativa, é preciso maior rigor na fiscalização e controle do uso
de pesticidas nas plantações baianas, a fim de garantir a segurança alimentar
da população e preservação do solo e recursos hídricos.
“A sociedade não está se dando conta do que há
por trás disso, que é o lucro a qualquer custo, em detrimento da vida. Temos
muito a trabalhar e lutar pra reverter esse quadro, através da legislação.
Temos muito a caminhar, com alternativas, como a agroecologia, sem o uso de
agrotóxico na produção de alimentos. Assim vamos evitar a contaminação do solo,
dos animais, do meio ambiente e os impactos gravíssimos à saúde humana, que
comprometem a vida”, observou o petista, que é engenheiro agrônomo. A
toxicologista Márcia Sarpa, da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional e
Ambiental do Instituto Nacional do Câncer, alertou que 80% dos casos de câncer
estão associados à exposição a fatores ambientais que envolvem agentes
biológicos, físicos e químicos, nesse caso por conta da presença de resíduos de
agrotóxicos em produtos alimentícios como carne, leite, frutas e hortaliças.
“Vários alimentos estão contaminados, inclusive,
em alguns casos, a água. Eles são os responsáveis por comprometer o
desenvolvimento do feto, anomalias, por diminuir a produção de espermas e
fertilidade, aumentar a incidência de câncer de próstata, cânceres de pele,
pulmão, estômago, do aparelho digestivo, causar leucemia, alterações
neuromotoras, no sistema reprodutivo. Apenas tirando esses fatores de risco é
possível prevenir o câncer”, pontuou Márcia, ao observar que não existe método
para neutralizar a presença do agrotóxico que estão nos alimentos. “Água
sanitária só mata microorganismo, não elimina o agrotóxico que foi aplicado na
produção dos alimentos”, enfatiza.
Também participaram do lançamento do GT de
combate aos efeitos dos agrotóxicos Dr. Pedro Luiz Serafim, Procurador do
Ministério Público do Trabalho e Coordenador do Fórum Nacional de Combate aos
Efeitos dos Agrotóxicos, Dra. Luciana Khoury, Promotora de Justiça e
Coordenadora do Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Dr.
Luiz Viana Queiroz, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil / Seccional
Bahia, Marco Antonio Amigo, engenheiro mecânico e presidente do CREA, a Associação
Baiana de Rádio Comunitária (ABRAÇO), representantes do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação,
Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura, da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado da Bahia, do Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental
(Germen), EMBASA, Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE),
Jupará Agroecologia, agricultores de Canavieiras, Brejolandia, São João do
Paraíso, Santa Luzia, técnicos da EBDA, do IFBA de Catu, Ibama, Inema, e da
Universidade Católica do Salvador, Universidade do Estado da Bahia e da
Universidade Federal da Bahia.
Fonte: EcoDebate
Nenhum comentário:
Postar um comentário