Novo relatório revela um pesadelo
tóxico em roupas infantis de marcas de luxo.
Investigação do Greenpeace encontrou
substâncias perigosas em roupas infantis de marcas de luxo.
A saga do pequeno rei que se recusa a usar
roupas tóxicas (© Greenpeace/Andrea Massari)
“Era uma vez um reino não tão distante onde
vivia um pequeno rei. Sua mãe queria só o melhor para seu querido filho e
comprou para ele as roupas mais luxuosas do reino. No entanto, ele se recusava
a vesti-las porque conseguia ver algo que sua mãe não conseguia. Ele
percebia que as roupas estavam contaminadas com substâncias químicas perigosas.
Recusando-se a vestir qualquer roupa, ele então proclamou que nenhum produto
tóxico nas roupas seria permitido em seu reino e em todo o mundo, desafiando os
alfaiates a produzir roupas livres de tóxicos para ele e para todas as crianças”.
A pequena história acima é uma releitura do
clássico “A Nova Roupa do Imperador”, do autor Hans Christian Anderson, em que
o rei é enganado acreditando estar vestindo roupas especiais quando na verdade
está completamente nu. Ela foi adaptada pelo Greenpeace para revelar a mentira
tóxica por trás das marcas de luxo do mundo da moda. No conto de fadas atual,
grandes marcas do mundo fashion como Versace, Louis Vuitton, Dior e Dolce&Gabbana
estão também enganando seus consumidores, escondendo a presença de substâncias
químicas perigosas por trás do glamour de suas passarelas. Roupas de luxo podem
ser exclusivas, mas químicos tóxicos não são.
Uma investigação do Greenpeace Internacional
divulgada hoje (veja aqui, em
inglês) revelou que as mesmas substâncias químicas perigosas usadas na produção
de roupas de marcas comuns também são utilizadas em roupas infantis de marcas
de luxo como Versace, Louis Vuitton, Dior e Dolce&Gabbana.
“As marcas de luxo apostam muito na exclusividade
e qualidade de seus produtos. Mas esse relatório mostra que eles estão
enganando os seus consumidores com mentiras tóxicas. As substâncias químicas
perigosas afetam a todos nós. As empresas precisam desintoxicar sua cadeia de
produção e entender que as pessoas conseguem ver além da grande ilusão que
essas marcas criaram”, disse Chiara Campione, do Greenpeace Itália.
As substâncias encontradas pela investigação do
Greenpeace são despejadas nos rios e lagos de países onde são fabricadas, mas
também estão sendo liberadas das roupas compradas e vendidas no mundo todo.
Quando liberadas no meio ambiente elas podem contaminá-lo e algumas podem se
tornar substâncias tóxicas capazes de causar distúrbios hormonais e gerar
riscos de saúde para crianças e adultos.
“Já está na hora dessas marcas de luxo, que são
conhecidas como formadoras de opinião no mundo da moda, começarem a liderar a
revolução para uma moda livre de tóxicos. Comprometendo-se com a desintoxicação
de suas cadeias de produção, marcas como Valentino e Burberry mostraram que a
moda não precisa custar o planeta. O que as marcas viciadas em tóxicos como
Versace, Louis Vuitton, Dior e Dolce&Gabbana estão esperando?” questionou
Campione.
Essa é uma história de verdade que afeta a todos
nós, mas que ninguém gostaria de contar para seus filhos. Felizmente, as
pessoas têm o poder de dar a ela um final feliz. Vamos nos unir ao pequeno rei
por uma moda livre de substâncias tóxicas perigosas em nome do bem estar
de todas as crianças ao redor do mundo.
Sobre a campanha
Lançada em 2011, a campanha Detox do Greenpeace
pede o comprometimento de grandes marcas para zerar o despejo de substâncias
químicas perigosas nas águas até 2020. Atualmente, a partir da pressão pública
dos consumidores, 20 grandes empresas como Nike, Adidas Puma, C&A e
Victoria’s Secret se comprometeram a desintoxicar e estão trabalhando por uma
cadeia de produção transparente e livre de contaminação.
Fonte: Greenpeace
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