Investimento de US$ 12 bilhões
será necessário para reduzir emissões por desmatamento no período pré-2020, diz
novo relatório.
A demanda estimada por reduções de emissões
por desmatamento evitado é de apenas 3 % da oferta prevista entre 2015-2020; é
urgente a criação de estímulos dos setores público e privado para ampliar a
demanda neste período.
31 de Janeiro de 2014, Oxford, UK: Um novo
relatório do Projeto Interim Forest Finance – uma colaboração do Global Canopy
Programme (GCP), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Fauna
& Flora Internacional e Iniciativa Financeira do PNUMA – revela que a
demanda por REDD+ pelos mercados pode ficar próxima a apenas 3% da oferta
entre 2015 e 2020. O relatório explica os riscos da falta de ação e descreve um
conjunto de opções para promover o aumento da demanda.
Se os níveis de desmatamento mundial forem
reduzidos em 50% até 2020, a emissão de até 9.900 Mt CO2 devem ser
evitadas entre 2015 e 2020 pela redução de emissões provenientes de
desmatamento e uso do solo. Isto pode ser alcançado através de uma combinação
de medidas tomadas por países com florestas tropicais, somando-se o uso de
recursos internos com recursos de REDD+ provindos de governos de países
desenvolvidos.
O relatório indica, porém, estima que a demanda
potencial por créditos de REDD+ entre 2015-2020, atualmente em cerca de 253 Mt
CO2, contribuirá com menos de 3% do necessário para que a meta de redução de
desmatamento até 2020 seja atingida. Isso pode deixar os países com florestas
tropicais lutando para encontrar maneiras de captar os 97% restantes.
Se REDD + pode desempenhar um papel significativo
no incentivo à redução do desmatamento em países com florestas tropicais, ele
precisa fornecer muito mais do que 3% da demanda para as reduções de emissões
que causam o desmatamento e degradação.
Segundo Nick Oakes, gerente do Programa de
Finanças do Global Canopy Program, “a redução de emissões por desmatamento e
degradação (REDD+) deve ser uma prioridade estratégica para os governos entre
2015 e 2020, uma vez que a mudança no uso da terra, de acordo com o recente
relatório do IPCC, representa a segunda maior fonte de emissão de gases do
efeito estufa.”
“No entanto , é esperado que demanda em larga
escala por REDD+ se materialize apenas depois que o mercado global seja
consolidado dentro da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas (UNFCCC), a partir de 2020. Agora, caso não haja demanda em larga
escala para REDD+ antes de 2020, essa enorme lacuna entre a oferta e demanda só
irá crescer”.
Ignorar essa deficiência, argumentam os autores
do relatório, deixará pouco incentivo para que os países com florestas
tropicais arrecadem recursos de REDD+ no período antes de 2020, ou ainda para o
setor privado investir em projetos de redução de emissões por desmatamento e
degradação.
Para evitar esses riscos, o relatório defende que
os governos dos países doadores, assim como os governos dos países detentores
de florestas tropicais e as instituições financeiras públicas trabalhem juntos
para criar e fornecer incentivos , financiamento e assistência técnica para
preencher a lacuna entre a oferta e a demanda de redução de emissões de REDD+.
O relatório estima que estas medidas teriam de
estimular transações (do setor público e privado) na ordem de até US$ 12
bilhões, a fim de permitir que o REDD+ contribua com 25% das reduções de
emissões de desmatamento e degradação florestal - uma proporção que
permitiria ao mecanismo de REDD+ desempenhar seu potencial papel-chave na
limitação das alterações climáticas a 2º Celsius.
O relatório descreve um conjunto de opções para
gerar o capital, bem como opções para fornecer incentivos, financiamento e
assistência técnica, tais como a celebração de contratos de compra de REDD+, o
estabelecimento de um preços mínimos para REDD+ ou a criação de empréstimos de
concessão. O relatório também aponta as possíveis instituições executoras, como
os fundos existentes multinacionais (por exemplo, do Fundo de Carbono do Forest
Carbon Partnership Facility), ou de novas parcerias público-privadas.
Para ler o relatório completo, disponível em
inglês, visite:
www.ipam.org.br/biblioteca.
www.ipam.org.br/biblioteca.
Sobre
O Projeto Interim Forest Finance (IFF)
é uma iniciativa de colaboração do Programa Global Canopy (GCP), o Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Fauna & Flora International (FFI), e
a Iniciativa Financeira do PNUMA (UNEP FI).
O projeto defende uma intervenção estratégica
pelos governos e instituições financeiras públicas dos países doadores e dos
países detentores de florestas tropicais com o objetivo de expandir a
demanda do setor público e privado para o REDD+, no período entre 2015 e 2020.
A primeira fase do projeto foi composta por
pesquisa e consultas às partes interessadas. A segunda fase traz uma campanha
para garantir entendimento pelos governos e as instituições financeiras
públicas dos países doadores e dos países com florestas tropicais sobre a
necessidade de ampliar a demanda no período pré-2020 e, em seguida, facilitar a
criação de intervenções estratégicas que possibilitem as implementações.
REDD+ significa Redução de
Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), e é um mecanismo, no âmbito da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em
inglês), que inclui a conservação dos recursos florestais, o manejo sustentável
de florestas e aumento dos estoques de carbono florestal.
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