Influência humana no aquecimento
global é evidente, alerta novo relatório do IPCC.
Foto: UN Chronicle
As atividades industriais do ser humano têm sido
a causa dominante das mudanças climáticas globais desde meados do século 20 e
as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, que apresentam níveis nunca antes vistos em pelo menos 800 mil anos, vão
persistir por muitos séculos. É o que afirma a versão final do relatório
apoiado pela ONU sobre mudanças climáticas lançado na última quinta-feira (30).
O documento, que explica as ameaças do aquecimento global,
como o derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia e da Antártida, a
elevação dos níveis dos oceanos, aumento de ciclones e ondas de calor, é um
resumo das conclusões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
“Limitar as alterações climáticas vai exigir
reduções substanciais de emissões de gases de efeito estufa”, ressalta a
publicação, acrescentando que mesmo que as emissões de dióxido de carbono (CO2)
parem, as consequências das alterações climáticas vão persistir por muitos
séculos.
“A influência humana foi detectada no aquecimento
da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo global da água, em reduções de
neve e gelo, no aumento global do nível do mar e em mudanças em alguns eventos
climáticos extremos”, diz o relatório.
O documento ressalta que é muito provável que
mais da metade do aumento observado na temperatura média da superfície global
de 1951 a 2010 foi causado pelo aumento de gases de efeito estufa emitido por
atividades humanas. Algumas das principais emissões de CO2, metano (CH4) e
óxido nitroso (N2O) foram feitas desde o início da era industrial, há 250 anos.
Ele observa que cada uma das últimas três décadas
tem sido sucessivamente mais quente na superfície da Terra do que qualquer década
anterior desde 1850 e mudanças climáticas extremas têm sido notadas desde cerca
de 1950, com frequentes ondas de calor na Europa, Ásia e Austrália e aumento ou
diminuição de chuvas em alguns lugares da América do Norte e da Europa.
Nas regiões frias, o relatório afirma que a média
anual do gelo do mar Ártico diminuiu ao longo do período de 1979 a 2012 a
aproximadamente 3,5% a 4,1% por década. A temperatura do subsolo congelado
também aumentou desde o século 20.
Em partes do norte do Alasca, a temperatura subiu
3ºC e no norte da Rússia até 2ºC. Quanto ao nível do mar, o aumento registrado
de 1901 a 2010 de 0,19 metros foi maior do que o aumento registrado nos últimos
dois milênios.
Na maioria dos cenários estudados pelo IPCC, as
mudança de temperatura da superfície global para o final do século 21 devem
ultrapassar os 1,5°C em relação a 1850-1900, porém, podendo chegar a 2ºC.
O relatório ainda prevê que, até o final do
século, a cobertura de gelo nos polos e no hemisfério norte vai continuar
diminuindo e os níveis do mar e a temperatura aumentando. Acesse o documento em
www.climatechange2013.org
Fonte: ONU Brasil
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