Aumento da pobreza está ligado ao
desperdício de alimentos, avalia especialista do Banco Mundial.
O desperdício
de alimentos e o aumento da pobreza têm relação direta, afirma o
especialista Banco Mundial na área de pobreza, José Cuesta. Quanto mais
comida as pessoas jogam fora, mais caros ficam os alimentos, o que obriga as
famílias a gastarem mais com comida e menos com outras atividades, como
educação e previdência.
“Não há muito nível de consciência, nem sequer
nos países mais ricos. Há consciência para produzir mais alimentos mas não para
melhorar a tendência de perdas de alimentos na região, sobretudo em
conscientização e educação”, afirma Cuesta.
Apesar de ser a região que menos desperdiça no
mundo, 6%, a América Latina perde todos os anos 80 milhões de toneladas, o que
representa 15% de sua produção anual, segundo dados da Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Do ponto de vista nutricional, isso significa que se
desperdiça um quarto dos componentes energéticos de que uma pessoa precisa
diariamente para viver.
“O desperdício de alimentos supõe terríveis perdas no investimento em agricultura e nos insumos de energia
necessários para produzir comida”, explica o especialista do Banco Mundial e
autor da publicação Food Price Watch, que monitora o preço mundial dos
alimentos e seus efeitos socioeconômicos.
No continente latino-americano, o desperdício nas
etapas da produção e do consumo representa, em cada uma, 28% do total de
perdas. Fatores como a data de validade contribuem para as perdas no consumo
familiar, enquanto na produção o desperdício se deve, principalmente, à
colheita ineficiente ou prematura e às condições excessivas de chuva ou de
seca, frequentes no Brasil e na Argentina. As perdas também são atribuídas às
fases de armazenamento (22%), de distribuição e mercado (16%) e de
processamento (6%).
Algumas medidas técnicas podem ajudar a frear o
desperdício, explica Cuesta, como usar recipientes de plástico, em vez de
sacas, para depositar a fruta que se coleta, ou melhorar os sistemas de
refrigeração para evitar perdas durante o armazenamento.
Fonte: ONU Brasil
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