Poluição do ar chinesa cruza o
Pacífico e atinge os EUA, diz estudo.
Para efeito de comparação vejam duas imagens
em satélite da NASA, da China com e sem a poluição do ar
A poluição chinesa viaja em grandes quantidades
pelo Pacífico até os Estados Unidos, concluiu um novo estudo, fazendo assim dos
problemas ambientais e para a saúde efeitos colaterais inesperados da demanda
norte-americana pelos produtos manufaturados baratos da China. Matéria da Reuters,
em O Estado de S.Paulo.
Em alguns dias, a queima de combustíveis fósseis
na China pode ser responsável por até um quarto da poluição de sulfato no oeste
dos Estados Unidos, disse uma equipe de pesquisadores chineses e
norte-americanos num relatório publicado pela Academia Nacional de Ciência dos
EUA, uma associação de acadêmicos sem fins lucrativos.
Cidades como Los Angeles recebem pelo menos um
dia extra de fumaça por ano do óxido de nitrogênio e monóxido de carbono das
fábricas chinesas dependentes das exportações, segundo o estudo.
“Nós terceirizamos a nossa produção e muito da
nossa poluição, mas parte dela está sendo soprada de volta pelo Pacífico para
nos assombrar”, declarou Steve Davis, um dos autores do estudo.
Um terço dos gases do efeito estufa produzidos na
China vem das indústrias exportadoras, de acordo com o instituto
norte-americano Worldwatch.
Vizinhos da China como o Japão e a Coréia do Sul
têm sofrido com a poluição chinesa nas últimas décadas.
A poluição que atravessa fronteiras tem sido por
vários anos um tema das negociações internacionais sobre mudanças climáticas,
nas quais a China defende que países desenvolvidos devem se responsabilizar por
uma parcela da sua emissão de gases do efeito estufa, já que ela é consequência
da produção de bens para o Ocidente.
O relatório disse que a pesquisa mostra que temas
comerciais devem ser considerados no diálogo global para diminuir a poluição.
“A cooperação internacional para reduzir o
transporte da poluição pelo ar entre fronteiras deve enfrentar a questão sobre
quem é o responsável pelas emissões em um país durante a produção de bens para
o consumo no outro”, afirmou.
(Reportagem por Stian Reklev)
Fonte: EcoDebate
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