Da Copa do Mundo aos Jogos
Vorazes – Tomara que falte vaga na cadeia! Artigo de Paulo Sanda.
São Paulo, 20/06/2013 – Protesto contra
aumento das passagens do transporte público, gastos na Copa do Mundo e a
corrupção tomaram as ruas da capital paulista. Foto de Paulo Sanda.
A superlotação do sistema penitenciário no
Brasil, não é novidade nenhuma, mas a coisa poderá piorar se for aprovada a
proposta dos sujeitos Marcelo Crivella(PRB-RJ), Ana Amélia(PP-RS) e Walter
Pinheiro (PT-BA), que desejam colocar, jogar para trás das grades quem OUSAR
fazer manifestações durante a copa do mundo, por algo em torno de 30 anos.
Deixe me ver, quantos milhões foram as ruas por
todo Brasil durante o ano passado nas mais diversas manifestações?
É vai faltar vaga nos presídios.
Isto é iria, se o Ministério da Defesa já não tivesse se adiantado ao assunto e
considerado movimentos sociais e manifestações como FORÇAS OPONENTES.
Assim ficou mais fácil, afinal soldado faz o que
com FORÇA OPONENTE? Simples, MATA.
Logo só irão para cadeia os que conseguirem
sobreviver ao exército.
Ainda bem que temos um sistema eficiente.
Absurdos e abusos a parte, estas posições
espelham bem o atual estado das coisas, onde metade da população da terra já
está em situação de descarte. Digo isto pois 85 pessoas já possuem fortunas maiores que estes pobres 3,5
bilhões de pessoas.
O que também explica como medidas tão absurdas
podem ser propostas e pior tomadas, é o que acontece quando se tem tanto poder
econômico nas mãos de grupos tão restritos. As engrenagens dos sistema passam a
privilegia-los descaradamente.
Na União Europeia, os 10 mais ricos, ganharam
durante a crise mais que a soma de todos os pacotes de estímulo “dados” aos
países em dificuldades, foram 217 bilhões de Euros para os ricos e 200 bilhões
para os países em dificuldades. Detalhe, quem vai pagar os 200 bilhões “dados”
não serão os ricos, mas os pobres, e caso seja pago provavelmente este dinheiro
já tem destino certo, o bolso destes 10 mais ricos. E olha que todos estes
números são os oficiais, não estamos contando aqui as fortunas escondidas em
paraísos fiscais, e nem a fortuna recentemente descoberta de mais de 1 trilhão
de dólares que alguns políticos chineses guardaram nestes locais.
Tá bom assim ou quer mais?
Por estes dias assisti ao enlatado estadunidense
“Jogos Vorazes”, o filme é uma série que já conta com dois capítulos, realizado
sobre uma trilogia escrita pela estadunidense Suzanne Collins, a trama se passa
em um país fictício chamado Panem, onde existem a Capital e 12 distritos, a
história gira em torna heroína Katniss, que é obrigada a participar dos Jogos
Vorazes para evitar que sua irmã caçula seja sacrificada. Trata-se de um Reality
Show, onde os participantes devem literalmente liquidar seus oponentes e ao fim
somente um pode sobreviver.
Tudo isto para manter a ordem, ou seja a opressão
e exploração dos 12 distritos, onde pessoas trabalham para enviar o que
produzem para a capital e passam fome, enquanto os habitantes da capital tem
até remédios para vomitar e assim poderem continuar comendo em seus banquetes.
Os jogos são uma forma de diversão e um lembrete
de como eles (os explorados) foram massacrados durante uma tentativa de
rebelião.
Alguma coisa parecida pintando em terras
brasilis?
Críticas a parte, só me resta parafrasear Oscar
Wilde, “A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida”.
Paulo Sanda é Teólogo, palestrante,
idealista, associado da ONG RUAH.
Fonte: Portal Palavra Aberta
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