quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Puxado por China e Índia, maior consumo de carne põe meio ambiente em risco

O consumo de carne no mundo vem crescendo puxado por uma alta na ingestão da comida pela China e pela Índia, aponta estudo [Eating up the world’s food web and the human trophic level] publicado na última edição do periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences. Matéria no UOL Notícias, com informações complementares do EcoDebate.

O maior consumo de carne por esses dois países põe em risco ecossistemas do planeta, alerta o estudo de âmbito global e que detalha hábitos alimentares de 176 países de forma inédita, calculando o nível trófico humano (métrica que é usada na ecologia para localizar espécies na cadeia alimentar).

Esse cálculo é importante ao revelar onde a humanidade se encaixa no ecossistema, ajudando cientistas a entenderem exatamente o impacto humano no consumo de energia e recursos naturais. E a notícia é ruim, estamos cada vez mais carnívoros.

Assim, de acordo com a métrica, plantas e algas localizam-se no nível trófico 1; coelhos, que se alimentam de plantas, ocupam o nível 2; raposas, predadores de herbívoros como os coelhos, ficam no nível 3; bacalhau, peixe que come outros peixes, situa-se no nível 4; ursos polares e baleias orcas, que quase não têm predadores e alimentam-se de outros animais, ficam com níveis até 5.5.
Dentro dessa escala, humanos estariam no nível 2.21.

Contudo, a humanidade vem galgando degraus na métrica: já subiu 3% desde 1961, o que preocupa o cientista-líder do estudo Sylvain Bonhommeau, ligado ao Instituto da França de Pesquisas para Exploração do Mar. “Se subirmos mais no nível trófico, impactaremos nossos ecossistemas”, diz ele na divulgação da pesquisa.

Outros especialistas ecoam o alerta. “Pode parecer uma diferença pequena [os 3% de crescimento], mas quando se pensa em como isso é calculado, é muito”, afirmou à revista Nature o cientista Thomas Kastner, da Universidade Alpen-Adria, na Áustria. “Uma mudança de 0.1 ponto significa que estamos consumindo consideravelmente mais carnes e comidas à base de animais.”

De acordo com os pesquisadores, o nível trófico de um organismo é calculado com base nos alimentos presentes em sua dieta e a proporção com a qual eles são consumidos. No caso dos seres humanos, a pesquisa avaliou o consumo de 102 tipos de comida nos já mencionados 176 países.

Biological Sciences – Ecology – Social Sciences – Environmental Sciences
Sylvain Bonhommeau, Laurent Dubroca, Olivier Le Pape, Julien Barde, David M. Kaplan, Emmanuel Chassot, and Anne-Elise Nieblas

Eating up the world’s food web and the human trophic level
PNAS 2013 ; published ahead of print December 2, 2013, doi:10.1073/pnas.1305827110
http://www.pnas.org/content/early/2013/11/27/1305827110.full.pdf+html?sid=eebb5393-d3df-46d4-a179-64b570a77c90

Significance

Here we combine ecological theory, demography, and socio-economics to calculate the human trophic level (HTL) and position humans in the context of the food web. Trophic levels are a measure of diet composition and are a basic metric in ecology, but have never been calculated for humans. In the global food web, we discover that humans are similar to anchovy or pigs and cannot be considered apex predators. In addition, we show that, although countries have diverse diets, there are just five major groups of countries with similar dietary trends. We find significant links between HTL and important World Bank development indicators, giving insights into the relationship between socio-economic, environmental, and health conditions and changing dietary patterns.

Abstract

Trophic levels are critical for synthesizing species’ diets, depicting energy pathways, understanding food web dynamics and ecosystem functioning, and monitoring ecosystem health. Specifically, trophic levels describe the position of species in a food web, from primary producers to apex predators (range, 1–5). Small differences in trophic level can reflect large differences in diet. Although trophic levels are among the most basic information collected for animals in ecosystems, a human trophic level (HTL) has never been defined. Here, we find a global HTL of 2.21, i.e., the trophic level of anchoveta. This value has increased with time, consistent with the global trend toward diets higher in meat. National HTLs ranging between 2.04 and 2.57 reflect a broad diversity of diet, although cluster analysis of countries with similar dietary trends reveals only five major groups. We find significant links between socio-economic and environmental indicators and global dietary trends. We demonstrate that the HTL is a synthetic index to monitor human diets and provides a baseline to compare diets between countries.


Fonte: EcoDebate

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