Puxado por China e Índia, maior consumo de carne põe meio ambiente em risco
O consumo de carne no mundo vem crescendo puxado
por uma alta na ingestão da comida pela China e pela Índia, aponta estudo [Eating
up the world’s food web and the human trophic level] publicado na última
edição do periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Matéria no UOL Notícias, com informações complementares do EcoDebate.
O maior consumo de carne por esses dois países
põe em risco ecossistemas do planeta, alerta o estudo de âmbito global e que
detalha hábitos alimentares de 176 países de forma inédita, calculando o nível
trófico humano (métrica que é usada na ecologia para localizar espécies na
cadeia alimentar).
Esse cálculo é importante ao revelar onde a
humanidade se encaixa no ecossistema, ajudando cientistas a entenderem
exatamente o impacto humano no consumo de energia e recursos naturais. E a
notícia é ruim, estamos cada vez mais carnívoros.
Assim, de acordo com a métrica, plantas e algas
localizam-se no nível trófico 1; coelhos, que se alimentam de plantas, ocupam o
nível 2; raposas, predadores de herbívoros como os coelhos, ficam no nível 3;
bacalhau, peixe que come outros peixes, situa-se no nível 4; ursos polares e
baleias orcas, que quase não têm predadores e alimentam-se de outros animais,
ficam com níveis até 5.5.
Dentro dessa escala, humanos estariam no nível
2.21.
Contudo, a humanidade vem galgando degraus na
métrica: já subiu 3% desde 1961, o que preocupa o cientista-líder do estudo
Sylvain Bonhommeau, ligado ao Instituto da França de Pesquisas para Exploração
do Mar. “Se subirmos mais no nível trófico, impactaremos nossos ecossistemas”,
diz ele na divulgação da pesquisa.
Outros especialistas ecoam o alerta. “Pode
parecer uma diferença pequena [os 3% de crescimento], mas quando se pensa em
como isso é calculado, é muito”, afirmou à revista Nature o cientista Thomas
Kastner, da Universidade Alpen-Adria, na Áustria. “Uma mudança de 0.1 ponto
significa que estamos consumindo consideravelmente mais carnes e comidas à base
de animais.”
De acordo com os pesquisadores, o nível trófico
de um organismo é calculado com base nos alimentos presentes em sua dieta e a
proporção com a qual eles são consumidos. No caso dos seres humanos, a pesquisa
avaliou o consumo de 102 tipos de comida nos já mencionados 176 países.
Biological Sciences – Ecology – Social Sciences – Environmental Sciences
Sylvain Bonhommeau, Laurent Dubroca, Olivier Le Pape, Julien Barde, David M. Kaplan, Emmanuel Chassot, and Anne-Elise Nieblas
Sylvain Bonhommeau, Laurent Dubroca, Olivier Le Pape, Julien Barde, David M. Kaplan, Emmanuel Chassot, and Anne-Elise Nieblas
Eating up the world’s food web and the human trophic level
PNAS 2013 ; published ahead of print December 2, 2013,
doi:10.1073/pnas.1305827110
http://www.pnas.org/content/early/2013/11/27/1305827110.full.pdf+html?sid=eebb5393-d3df-46d4-a179-64b570a77c90
http://www.pnas.org/content/early/2013/11/27/1305827110.full.pdf+html?sid=eebb5393-d3df-46d4-a179-64b570a77c90
Significance
Here
we combine ecological theory, demography, and socio-economics to calculate the
human trophic level (HTL) and position humans in the context of the food web.
Trophic levels are a measure of diet composition and are a basic metric in
ecology, but have never been calculated for humans. In the global food web, we
discover that humans are similar to anchovy or pigs and cannot be considered
apex predators. In addition, we show that, although countries have diverse
diets, there are just five major groups of countries with similar dietary
trends. We find significant links between HTL and important World Bank
development indicators, giving insights into the relationship between
socio-economic, environmental, and health conditions and changing dietary
patterns.
Abstract
Trophic
levels are critical for synthesizing species’ diets, depicting energy pathways,
understanding food web dynamics and ecosystem functioning, and monitoring
ecosystem health. Specifically, trophic levels describe the position of species
in a food web, from primary producers to apex predators (range, 1–5). Small
differences in trophic level can reflect large differences in diet. Although
trophic levels are among the most basic information collected for animals in
ecosystems, a human trophic level (HTL) has never been defined. Here, we find a
global HTL of 2.21, i.e., the trophic level of anchoveta. This value has
increased with time, consistent with the global trend toward diets higher in
meat. National HTLs ranging between 2.04 and 2.57 reflect a broad diversity of
diet, although cluster analysis of countries with similar dietary trends
reveals only five major groups. We find significant links between
socio-economic and environmental indicators and global dietary trends. We
demonstrate that the HTL is a synthetic index to monitor human diets and
provides a baseline to compare diets between countries.
Fonte: EcoDebate
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