quinta-feira, 24 de abril de 2014

A ideia de desenvolvimento nega a identidade dos povos, diz Mia Couto na bienal.
A utopia do desenvolvimento sustentável foi o tema do debate que reuniu cientistas, escritores e até presidente da República na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, ontem (16), em Brasília. O escritor moçambicano Mia Couto criticou a ideia de que a natureza pode ser “controlada, administrada”. Para ele, é preciso localizar as razões pelas quais o mundo enfrenta, hoje, uma crise ambiental profunda: “Esse sistema não está mal porque não anda bem. Está mal porque produz miséria, desigualdade, causa ruptura em modos que vida que aí, sim, poderiam ser sustentáveis”.

Crítico da ideia de desenvolvimento sustentável, o escritor e também biólogo avalia que a ideia de desenvolver traz uma negação. “Estamos retirando o núcleo central, o ambiente. E essa negação é a negação da identidade cultural dos povos que foram expropriados”. Povos cujos modos de vida poderiam inspirar uma relação do homem com a natureza, que seja baseada no respeito e não na compreensão “de que a natureza pode ser vista como um recurso natural”, segundo Mia Couto.

Integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, ligado às Organizações das Nações Unidas (ONU), o cientista Carlos Nobre defendeu a ideia de desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade, para ele, deixaria de ser um adjetivo do desenvolvimento para transformar-se em substantivo que explica a relação com o mundo ou desejos, como felicidade, equidade e justiça. Ele destacou a gravidade das mudanças climáticas e os impactos ambientais decorrentes delas: “Os riscos que estamos colocando para o planeta, nas próximas décadas, séculos e milênios, são enormes. Nós estamos conduzindo a biologia do planeta à sexta grande extinção. Nós estamos produzindo, por ações humanas, a extinção de até 40% das espécies”.

O presidente de Gana, Dramani Mahama, que é historiador e especialista em uso de tecnologia para a agricultura, alertou para a necessária mudança no comportamento dos seres humanos. “Se não criarmos uma teoria que nos ajude a sustentar a raça humana no mundo e continuarmos com essas taxas de consumo, o que vai acontecer com a raça humana?”, questionou, ao destacar que a população despeja diariamente a mesma quantidade de alimento que consome, e que, por outro lado, falta alimento a parte da população. “Nós precisamos aprender a existir com todas as espécies em nosso planeta, que é o único que temos. E nós só vamos aprender se mudarmos nosso conceito de felicidade e de bem-estar”, sentenciou.

A mudança de paradigma, que conduza a outra relação com a natureza, para os debatedores, deve começar desde já. A tecnologia e a inteligência humana devem ser usadas como ferramentas para a superação da crise atual, e a literatura deve ser capaz de despertar sensibilidades e reflexões. Para a Agência Brasil, Mia Couto disse que a literatura pode, desde já, “mostrar que o ambiente não é assim como nós o arrumamos; mas é tudo; não está fora de nós; está dentro de nós. A literatura pode fazer, e deve fazer essa denúncia daquilo que é uma espécie de fabricação permanente da desigualdade e da miséria”, afirmou. Crítico da situação atual, o escritor alertou: “Nós estamos falando de uma situação que poderá ser catastrófica. Mas para dois terços da humanidade, essa catástrofe já está aqui e vem por causa da fome, da guerra”.

IPCC alerta para aumento das emissões de gases que causam efeito estufa.

Conclusão consta do relatório de avaliação feito por cientistas sobre o assunto divulgado este domingo em Berlim; documento afirma que são necessárias mais ações para limitar o aquecimento do planeta a 2º C até 2100.
Camadas de gelo estão derretendo. Foto: Pnuma
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Ipcc, alertou que as emissões de gases que causam o efeito estufa aumentaram a um nível sem precedentes apesar dos esforços para reduzi-las.

Segundo o Ipcc, as emissões cresceram mais rapidamente entre 2000 e 2010 do que nas últimas três décadas.

Novas Tecnologias

A conclusão consta da terceira e última parte do quinto relatório de avaliação feita por cientistas da ONU e divulgado este domingo, em Berlim.

Apesar disso, os especialistas disseram que ainda é possível limitar o aumento da temperatura global em 2º C, acima do nível pré-industrial, até 2100.

Para que isso aconteça, os países devem fazer uso de novas tecnologias e devem fazer mudanças em seus hábitos.

Os cientistas deixaram claro que é necessário abandonar os combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes de energia limpas para evitar o aquecimento do planeta.

Isso significa deixar de usar o petróleo e passar a utilizar energia que tenha como fonte as forças do vento, do sol e da água.

Efeito Estufa

O co-presidente do Painel, Ottmar Edenhofer, disse que as políticas sobre o clima devem ter como meta uma redução significativa das emissões de gases que causam o efeito estufa.

Para evitar interferência perigosa com o sistema climático, Edenhofer afirma que o mundo precisa parar de operar como tem feito até agora.

Algumas previsões mostram que para reduzir a temperatura em 2º C será preciso cortar as emissões entre 40% e 70% comparado com os níveis registrados em 2010. Isso deve ser feito até a metade deste século.

O documento cita que uma medida mais ambiciosa pode exigir a remoção completa do dióxido de carbono da atmosfera terrestre.

Cooperação

Edenhofer disse ainda que a mudança climática representa um problema global comum e a cooperação internacional é a chave para se alcançar as metas de redução.

O relatório apresenta ideias de como combater ou limitar o impacto das mudanças climáticas. O documento foi analisado por mais de 800 especialistas do mundo inteiro que depois de uma revisão, apresentaram suas sugestões para lidar com o problema.

O secretário-geral da ONU elogiou as conclusões do Ipcc. Ban Ki-moon quer que todos os países atuem de forma rápida e corajosa para levar medidas ambiciosas para a Conferência sobre o Clima, que será realizada em setembro deste ano.

Ban disse que a meta é que todos façam os esforços necessários para que se alcance um acordo sobre o assunto em 2015.

Fonte: EcoDebate

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mc Garden - Retrospectiva - TV UOL (Prod. Tauan Gutierres) Letra na Desc...

URNA Eletrônica Brasileira - Só ROUBALHEIRA

Brasil é novamente criticado por jornal britânico.

Desta vez, foi a Financial Times atacar o país-sede da Copa do Mundo de 2014

AFP/AFP - (Junho) Manifestação no Rio de Janeiro contra o aumento do preço dos transportes públicos e o uso de dinheiro público para financiar a Copa do Mundo.

Parece que os veículos de comunicação mundiais não se cansam de atacar a organização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Após a France Football, a própria revista semanal da Fifa e outros jornais, desta vez, foi o Financial Times, uma das publicações econômicas mais respeitadas do mundo, criticar o atual país-sede da competição futebolística mais famosa do planeta.

 Citando atraso nas obras, manifestações, entre outros fatos, a reportagem começa afirmando que existe a possibilidade de São Paulo, que abrigará a primeira partida da competição, entre a seleção brasileira e a Croácia, não receber a partida.

"A Copa do Mundo começa daqui a menos de dois meses, quando o Brasil enfrentará a Croácia em São Paulo, no dia 12 de junho. Isso considerando, é claro, que o estádio estará pronto - ele ainda está em obras. De qualquer forma, parece que a principal competição do futebol mundial irá definir outras coisas além de qual nação tem o melhor futebol do mundo. Ela também poderá exercer influência crucial nas eleições presidenciais brasileiras, marcadas para outubro", diz a matéria.

Palco da final da Copa, o Rio de Janeiro não passou impune pelos olhos da Financial Times. Segundo a publicação, a cidade passa por uma 'série de crises'.

"Grande parte dos problemas se anunciam no Rio de Janeiro, onde uma série de crises colocaram um grande ponto de interrogação sobre a pretensa capacidade do Brasil de organizar um evento tão complexo quanto uma Copa do Mundo, para não falar dos Jogos Olímpicos, que a capital fluminense sediará daqui a dois anos",

Veja mais alguns trechos da reportagem da FT:

"Centenas de milhares tomaram as ruas da nação e enfrentaram a polícia, exigindo o fim da corrupção que aflige todas as instituições".

"Roubos e assassinatos estão em alta, e confrontos armados entre traficantes e policiais estão de volta ao noticiário. A população está assustada".

"Se os manifestantes voltarem às ruas, não serão necessários muitos incidentes envolvendo gangues cariocas e turistas estrangeiros para que se levantem dúvidas quanto a competência de Dilma Rousseff".

"Se o Brasil falhar na organização da Copa, Dilma talvez tenha que procurar outro emprego, e só poderá culpar a si mesma. (...) A mensagem dos protestos do ano passado não poderia ter sido mais clara. O Brasil precisa acabar com a corrupção e focar em saúde, educação e transporte. Se não fizer isso, o governo será punido".

Obras no Maracanã superfaturadas em R$ 67,3 milhões.
De acordo com o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) existem irregularidades, incluindo construções e reforços não planeados no projeto inicial. No total, o superfaturamento poderá rondar, indica o TCE, os R$ 67 milhões.
A informação avançada pela Coluna “Radar”, da revista “Veja”, indica que as obras no Estádio do Maracanã entregues ao Consórcio que envolve a construtora Odebrecht e a Andrade Gutierrez apresentam irregularidades no seu faturamento.

De acordo com o relatório técnico, que ainda vai ser analisado pelo TCE, foram registrados superfaturamentos em ordens de trabalho à parte do projeto inicial tais como a instalação de estruturas metálicas nas arquibancadas e o reforço das estruturas a Norte e Sul do estádio, nas bancadas.

O mesmo relatório aponta pagamentos indevidos na reestruturação estrutural e limpeza das plataformas 2,4 e 6 das rampas 1 e 4, escreve O Globo. O pagamento das obras foi suspenso até o valor correto ser apurado mas já em 2012 o Tribunal de Contas da União (TCU) terá descoberto um outro superfaturamento.

Na época, os custos irregulares superavam os R$100 milhões e a investigação permitiu poupar cerca de R$97 milhões ao governo federal.


Documentário ‘O Veneno Está na Mesa 2′ mostra riscos dos agrotóxicos nos alimentos.

No país que mais consome agrotóxicos no mundo, há alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. É o que procura mostrar o filme O Veneno Está na Mesa 2, novo documentário do cineasta Silvio Tendler, lançado quarta-feira (16), no Teatro Casa Grande, no Leblon, zona sul do Rio.

O filme dá continuidade à reflexão sobre o perigo que o uso de agrotóxicos representa para a saúde, mostrada no primeiro documentário de Tendler sobre o tema, com o mesmo título e lançado em 2011. Com 70 minutos de duração, O Veneno Está na Mesa 2 avança na desconstrução do mito de que a utilização dos defensivos agrícolas é indispensável para garantir abundância de alimentos na mesa do consumidor.

Os dois documentários fazem parte de uma estratégia de ação da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, iniciativa que reúne movimentos sociais e entidades no objetivo comum de sensibilizar a população brasileira para os riscos que os agrotóxicos representam. A partir daí, a ideia é propor medidas para frear seu uso no Brasil. “O povo brasileiro não pode mais engolir essa história de que o agrotóxico é a modernidade no campo. Ele gera câncer, trabalho escravo e manda todo seu lucro para o exterior”, disse Alan Tygel, um dos coordenadores da campanha.

A produção do filme contou com o apoio da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que vem desenvolvendo iniciativas para que a produção de alimentos sem veneno se torne uma alternativa viável. De acordo com o diretor Silvio Tendler, não há sentido em se construir uma economia baseada na destruição da natureza.

“A agroecologia é fundamental como forma de produção econômica, social e de desenvolvimento. No filme eu mostro pessoas que plantam e cultivam de forma sadia e também as dificuldades que elas enfrentam para a comercialização dos alimentos que produzem”, destacou o cineasta.

A exemplo do primeiro documentário da série  , visto por mais de um milhão de pessoas, O Veneno Está na Mesa 2 será distribuído gratuitamente para um circuito alternativo de exibição. Escolas, universidades, comunidades, igrejas, assentamentos de trabalhadores rurais e outros locais integram esse circuito, coordenado pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Melô do Bolsa-Família

Marchinha que foi CENSURADA pelos ditadores petistas.
Enquanto o trabalhador paga as contas, eles brincam de Robin Hood às avessas, alimentando o povo desempregado com o dinheiro do povo trabalhador.

O filho do trabalhador terá uma única perspectiva certa de sobrevivência no sistema social; entrar no programa bolsa família no futuro.

E tem gente que apoia...

Se você acha isso legal; continue a votando no PT.

Saudações socioambientais
Gilvoneick Souza
Violência contra ambientalistas no Brasil é chocante. Entre 2002 e 2013, 448 ativistas foram assassinados.
Entre 2002 e 2013, 448 ativistas foram assassinados no país. Apenas em 1% desses casos os autores forem condenados. Oliver Courtney, da Global Witness, conversou com a DW sobre essa violência.
O Brasil é o país mais perigoso do mundo para ativistas ambientais e que defendem o direito do uso da terra. Um relatório da organização Global Witness revelou que, entre 2002 e 2013, pelo menos 908 ativistas foram assassinadas em 35 países.

O relatório publicado em abril mostrou que a grande maioria desses assassinatos ocorreu no Brasil – 448. Entre eles estão o do ambientalista José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo da Silva, executados em 2011 no Pará. E a morte da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005 também no Pará.

Em segundo lugar no ranking está Honduras, com 109 mortes, seguida das Filipinas, com 67. Segundo a instituição, 68% dos assassinatos ocorridos no Brasil em 2012 foram causados por conflitos de terra, ligados ao desmatamento na região Amazônica. Apenas 10% dos casos chegam aos tribunais e apenas 1% resultou em condenação dos autores do crime. Os estados mais violentos nesse caso são Pará e Mato Grosso do Sul.

Oliver Courtney, da Global Witness, conversou com a DW sobre a origem dessa violência e as expectativas da instituição.

DW: Onde houve um aumento da violência?

Oliver Courtney: É um problema global. Mas a América Latina e Ásia são duas regiões onde esse problema é mais intenso.
Brasil é o país mais perigoso para ativistas
Por que as pessoas são atacadas?

Pessoas comuns são envolvidas no conflito quando elas se opõem à venda ou ao roubo de sua terra para o desenvolvimento de grandes projetos ligados à exploração de recursos naturais. A principal motivação é a expansão da indústria e o comércio madeireiro, a grilagem de terras pelo agronegócio e projetos de mineração.

Estamos vendo negócios sendo feitos a portas fechdas. São acordos que envolvem terras de pessoas nativas ou pessoas que vivem na região há gerações. Essa terra está sendo tomada sem consentimento ou consulta. Quando eles são contra esses negócios, são tirados a força da terra, com frequência, com consequências fatais, como estamos vendo.

Um dos casos mais chocantes aconteceu no Brasil. O ambientalista José Claudio Ribeiro da Silva e sua mulher foram mortos em uma emboscada perto da reserva onde eles produziam nozes e óleos naturais há 24 anos. Eles protestavam contra a expansão da exploração madeireira próxima à reserva onde viviam e na Amazônia. José Claudio teve uma de suas orelhas arrancadas, como prova de sua execução.

A Global Witness começou a investigar esse problema quando Chuck Witty, um ativista do Camboja, foi morto em 2012 pela polícia militar. Poucos dias após sua morte, uma menina de 14 anos foi assassinada durante uma operação de despejo em uma vila no Camboja também pela polícia militar.

Isso mostra o histórico do governo cambojano, que vende terras, florestas e outros recursos para companhias inescrupulosas em acordos assinados a portas fechadas. Com isso, as pessoas perdem, o meio ambiente perde, mas uma pequena elite ganha.

Como reage da polícia e a Justiça nessas regiões?

Há pouca informação disponível sobre essas ações. Menos de 1% dos assassinatos dos 908 casos que nós identificamos foram julgados. Isso é terrível, especialmente para a família das vítimas.Isso também tem um efeito informal em termos de silenciar os protestos e dificultar o ativismo ambiental.

Essas pessoas deviam ser consideradas como heróis, apoiando e ajudando o governo. Mas, aparentemente, eles não estão recebendo a proteção que merecem. Em alguns casos, o governo está conspirando ativamente com os responsáveis pela violência.

Qual o impacto sobre a sociedade ou meio ambiente quando ativistas são mortos ou feridos por denunciar?

Esses recursos pertencem a essas pessoas. Então é importante que eles sejam usados de forma sustentável e as pessoas que vivem nessa terra e contam com ela por gerações opinem sobre como gerenciá-la. E se ela for explorada, eles deveriam ter alguns benefícios.
No Camboja governo é acusado de coagir com a violência

Quando eles se opõem a essas operações, enfrentando a violência ou ameaças fatais, obviamente isso tem um efeito inibidor sobre seus esforços para proteger o meio ambiente e dificultam o ativismo. Isso significa certamente que o comércio de recursos, em geral, atende os interesses de uma minoria poderosa em vez de ser um bem maior.

A violência é vista em países em desenvolvimento e em economias emergentes. Mas nos outros relatórios, vocês afirmaram que a violência é estimulada pelo aumento no consumo global. Dessa maneira, as nações mais ricas do mundo estão diretamente ligadas a esse problema. Você poderia falar um pouco mais sobre isso?

O que está estimulando essa competição por recursos por trás dessas mortes é o consumo. Principalmente o consumo altíssimo de produtos como madeira. Commodities como soja e borracha também são usados em produtos cotidianos. A demanda aumenta com o crescimento da população e o desenvolvimento de países.

Simplesmente não é sustentável. Nós estamos explorando o nosso planeta além de seus limites e isso é um dos sintomas mais óbvios do que está acontecendo. O uso dos recursos precisa ser repensado, além de como eles são distribuídos em níveis nacionais e internacionais.

O que vocês esperam alcançar com esse relatório?

Ambientalistas precisam ser protegidos e o que está acontecendo a eles precisa ser monitorado. A atenção que está sendo dada a esse problema não é suficiente. Nós queremos que governos monitorem o problema, protejam seus cidadãos e garantam que os responsáveis por crimes ambientais sejam levados aos tribunais.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU deveria criar uma resolução específica voltada para defensores ambientais e da terra. Nós acreditamos que as empresas também têm um papel nessa questão. Elas precisam checar seus fornecedores para ter certeza que eles não contribuem com essa violência. Precisam verificar que eles não operam em áreas militarizadas, além de serem responsabilizadas pela forma com sua política de compras está afetando a vida das pessoas.

Esses ativistas estão na linha de frente da batalha fundiária.

ONU defende o abandono de combustíveis fósseis e a utilização de fontes mais limpas.

ONU pede uma revolução energética contra o aquecimento climático – O mundo pode alcançar o objetivo de limitar a 2º celsius o aquecimento antes de 2050 se reduzir entre 40% e 70% suas emissões de gases de efeito estufa, especialmente no setor energético, afirmou neste domingo um grupo de especialistas das Nações Unidas. Matéria de Por Mariette Le Roux, da AFP, no Yahoo Notícias.

Esta revolução energética requer o abandono de combustíveis fósseis poluentes e a utilização de fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, um nível catastrófico, segundo os cientistas.

“Há uma clara mensagem da ciência: para evitar uma interferência perigosa com o sistema climático, temos que deixar de continuar operando igual”, explicou Ottmae Edenhofer, copresidente do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, que elaborou o documento.

“Reduzir o consumo de energia nos daria mais flexibilidade para escolher entre as tecnologias com pouca emissão de carbono, agora e no futuro”, indica o cientista Ramón Pichs-Madruga, um dos três copresidentes do grupo.

Para chegar ao objetivo de limitar o aquecimento a 2ºC antes de 2050 “existem muitos caminhos”, mas “todos requerem investimentos substanciais”, explicaram os especialistas no relatório.

Centenas de cientistas trabalharam no projeto da ONU. O IPCC publicou seu primeiro relatório em 2007, provocando um grande debate mundial.

Em 2011 as emissões de gases do efeito estufa foram de 430 ppm (partículas de CO2 por milhão), uma concentração considerada muito elevada.

Para manter esse número em até 450 ppm, seria preciso reduzir entre 40% e 70% as emissões atuais entre 2010 e 2050, até zerá-las em 2100.

Mas, mesmo com esse nível, a probabilidade de limitar a 2ºC o aumento da temperatura seria de 66%. É necessário, além de diminuir as emissões, “triplicar ou quase quadruplicar” o uso de fontes energéticas limpas ou nucleares.

Mudança em grande escala

Todas essas medidas supõem uma “mudança mundial em grande escala no setor de abastecimento energético”, e implicariam diminuir em 0,06% o consumo energético global.

A queda no consumo e na emissão de gases ainda teria consequências positivas para a saúde e para o impacto humano na natureza.

Entretanto, se os níveis de CO2 ficarem em 550 ppm em 2100, a possibilidade de chegar ao objetivo de reduzir o aumento na temperatura seria inferior a 50%.

Além disso, se a temperatura subir entre 0,3ºC e 4,8ºC, o nível do mar poderia aumentar entre 26 e 82 centímetros, afetando diretamente a vida nas áreas costeiras.

O informe não apresenta recomendações, mas sim uma lista de opção possíveis, e recorda que na última década as emissões de gases do efeito estufa aumentaram em 1 bilhão de toneladas a cada ano, por causa do crescimento econômico.

“Todos os esforços realizados até agora (…) não reduziram realmente as emissões”, explicou Youba Sokona, o terceiro copresidente do IPCC.

“Os desafios são grandes, mas ainda não é tarde demais para agir”, acrescentou.
A comunidade internacional fracassou em 2009, em uma reunião em Copenhague, em fixar objetivos de autorregulação.

Reação internacional

Em uma primeira reação ao documento, a comissária europeia para o Clima, Connie Hedegaard, pediu para que os Estados Unidos e a China, os países mais poluentes do mundo, se comprometam com a contra o aquecimento global.

“O informe do IPCC é claro, não há plano B. Só há o plano A, o da ação coletiva para reduzir as emissões imediatamente”, afirmou Hedegaard em um comunicado.

Ao anunciar que a União Europeia adotará esse ano um ambicioso programa de redução de suas emissões até 2030, questionou, em referência aos EUA e a China: “quando vocês, os grandes emissores, vão fazer o mesmo? Quanto mais tarde, pior, mais difícil será fazê-lo”.

Já o secretário de Estado americano, John Kerry, reagiu ao documento declarando que o combate ao aquecimento é uma questão de vontade, e não de capacidade.

“O informe diz muito claramente estamos frente a uma questão de vontade mundial, e não de capacidade”, ressaltou Kery em um comunicado, destacando que as já existem as tecnologias necessárias para proporcionar uma mudança e pedindo por mais investimentos no setor.

O relatório tem 2.000 páginas, e o resumo divulgado neste domingo foi aprovado depois de ser analisado e revisado por representantes governamentais e científicos reunidos em Berlim.

Fonte: EcoDebate

Três anos após a catástrofe nuclear de Fukushima, Japão decide manter energia nuclear.

Três anos após a catástrofe nuclear de Fukushima, governo aprova retomada da energia nuclear, anulando decisão do gabinete anterior de fechar todas as usinas até 2030.
Segundo o texto do novo plano básico de energia, aprovado nesta sexta-feira (11/04) em Tóquio, o governo do Japão dará prosseguimento à “reativação das centrais nucleares” do país, que permanecem “paradas” em consequência do acidente nuclear provocado por um terremoto seguido de tsunami, em março de 2011.

A decisão anula os planos do governo anterior, de eliminar a energia nuclear até 2030, e já era esperada, depois que o pró-nuclear Partido Liberal Democrata (PLD) chegou ao poder, em dezembro de 2012. No entanto, os deputados do partido do primeiro-ministro Shinzo Abe demoraram mais do que o previsto para aprovar a medida, por considerar que o plano inicial era demasiadamente pró-nuclear.
Shinzo Abe assumiu governo japonês no final de 2012

Após várias revisões, o governo definiu a energia nuclear como “uma fonte importante, barata no que se refere ao custo operacional e capaz de gerar eletricidade de forma contínua e estável.” O novo plano prevê que sejam reativados somente os reatores nucleares que preencham, segundo o governo em Tóquio, os padrões de segurança mais rígidos do mundo.

Através da ampliação das energias renováveis, o gabinete de Abe também pretende reduzir a proporção da energia nuclear na matriz energética japonesa. O novo plano foi aprovado apesar da grande rejeição popular da energia nuclear num Japão pobre de recursos naturais.

Nova matriz energética

Antes da catástrofe nuclear em Fukushima, em 11 de março de 2011, por volta de um terço da demanda energética japonesa provinha da energia nuclear. E estava planejado que essa proporção deveria aumentar. Atualmente, todas as 50 usinas nucleares do país estão desativadas por razões de segurança e de manutenção.

Para compensar a falta da energia nuclear, foram ativadas usinas termelétricas, o que fez o Japão importar ainda mais gás natural, petróleo e carvão. O Japão possui uma dependência energética do exterior de 90%. O governo também desistiu da meta de reduzir as emissões de CO2 em 25% abaixo do valor de 1990. O novo plano energético também abriu o caminho para a construção de novos reatores, dependendo de o abastecimento ser ou não estável.
Rússia fornece gás natural para o Japão

Tradicionalmente, o partido de Abe sempre esteve bem próximo da indústria nuclear. Especialistas em Tóquio estimam que, entre as usinas nucleares existentes, pouco mais de dez deverão ser reativadas. Assim, futuramente, a matriz energética japonesa será composta da energia nuclear, como também da energia proveniente de fontes fósseis e renováveis.

Difícil recomeço

Como ainda não se sabe quantos reatores cumprem os padrões de segurança necessários à reativação, o novo plano energético não aponta percentagens. Em nota de rodapé, no entanto, está escrito que até 2030 a proporção da energia renovável deverá ser maior do que o previsto no plano energético anterior.

Esse plano básico de energia, aprovado em junho de 2010, dava mais destaque à redução das emissões de CO2, prevendo que o Japão teria como objetivo aumentar o uso da energia nuclear e da energia renovável em mais de 50%, até 2020, e por volta de 70% ao longo da década posterior. Segundo o plano anterior, a energia proveniente de fontes renováveis seria responsável por 20% da geração de eletricidade em 2030.
Mais da metade dos japoneses é contra a energia nuclear

O novo plano diz que o país irá “reduzir” o uso da energia nuclear para o “menor nível possível” através do aumento da percentagem de energia renovável, mas não indicou nenhuma meta numérica ou datas. “O governo está recomeçando, anulando a estratégica energética prevista antes do desastre. É o ponto onde estamos”, afirmou o secretário-chefe do gabinete de governo japonês, Yoshihide Suga.

Rejeição popular

O novo plano foi aprovado apesar da grande insatisfação popular frente à energia nuclear após a catástrofe de Fukushima. De acordo com pesquisas de opinião, mais da metade dos japoneses rejeitam a energia nuclear. Além das mortes de 18 mil pessoas vítimas do tsunami, mais de 140 mil pessoas não puderam retornar às suas casas devido à radiação em torno da instalação nuclear avariada.

Nesta sexta-feira, em Tóquio, ambientalistas criticaram o novo plano energético, afirmando que esse teria como meta socorrer a indústria nuclear. Hisayo Takada, ativista do Greenpeace, afirmou que “o novo plano básico de energia do Japão aprovado hoje é um produto do acordo entre o governo e políticos, e vale tanto quanto um ‘plano básico de apoio econômico’ para as empresas e a indústria nuclear.”

CA/afp/lusa/dpa

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CTNBio aprova liberação de mosquito transgênico contra dengue.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quinta-feira (10), por 16 votos a 1, a liberação comercial da linhagem OX513A do Aedes aegypti, mosquito geneticamente modificado para controlar a população do vetor do vírus da dengue e, assim, combater a doença.

Desenvolvida pela empresa britânica Oxitec, a tecnologia consiste na inserção de dois genes em mosquitos machos, que, após serem liberados na natureza, copulam com fêmeas da população original e geram descendentes que não conseguem chegar à fase adulta. As crias do OX513A também herdam um marcador que os torna visíveis sob uma luz específica. Segundo a companhia, isso facilita o monitoramento em campo e assegura o controle dos insetos.

No Brasil, o projeto ocorre em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a organização social Moscamed, por meio de uma biofábrica na cidade de Juazeiro (BA), onde laboratórios reproduzem e soltam mosquitos transgênicos desde 2011. Depois de ensaios em campo, a Oxitec protocolou a solicitação de liberação comercial na CTNBio em julho de 2013. O OX513A é o primeiro inseto geneticamente modificado a obter essa licença no país.

Além da liberação comercial, o órgão definiu a necessidade de monitorar populações selvagens do mosquito Aedes albopictus, outro vetor do vírus da dengue, devido ao risco de a espécie ocupar o nicho ecológico deixado pela supressão do Aedes aegypti original. “Toda tecnologia nova precisa de um acompanhamento constante”, explicou o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) na CTNBio, Ruy Caldas.

Combate

Segundo levantamento recente do Ministério da Saúde, o Brasil tem 321 cidades em situação de risco e outras 725 em condição de alerta para epidemia. Em 2013, foram notificados cerca de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue no país. Como ainda não existe vacina efetiva, a ação mais simples para evitar a contaminação é controlar a população do mosquito.

A coordenadora-geral da secretaria executiva da CTNBio, Tassiana Fronza, informou que a comissão vai publicar um extrato do parecer da liberação no Diário Oficial da União e, a partir daí, os órgãos de registro e fiscalização têm 30 dias para se manifestar. Após esse período, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir autorizações e registros e fiscalizar os produtos, para que eles possam ser utilizados em campanhas de saúde pública.

“A CTNBio não avalia eficácia, mas a biossegurança de produtos destinados à comercialização”, disse Tassiana. “Sendo assim, os interessados em obter autorização para essa finalidade apresentam os estudos requeridos pela norma. Com base na análise científica dos dados, o órgão toma decisões.”

Fonte: MCTI
A partir de hoje, crianças podem registrar denúncias na ONU sobre violações de seus direitos.
Criança em trabalho forçado em Catmandu, Nepal. Foto: IRIN/David Longstreath.

Após a ratificação de dez países, entrou em vigor nesta segunda-feira (14) o Protocolo Optativo para Procedimentos de Comunicação da Convenção sobre os Direitos da Criança, que possibilita a crianças – e seus representantes legais – denunciar violações de seus direitos diretamente ao Comitê responsável da ONU.

“Este dia marca o começo de uma nova era para os direitos das crianças”, comemoraram especialistas e representantes da ONU. “Com este Protocolo, agora elas possuem maior capacidade de exercer e reclamar seus direitos. Parabenizamos os Estados que, ao ratificá-lo, confirmaram sua determinação em melhorar o acesso das crianças à justiça.”

Apenas crianças de países que ratificaram o Protocolo podem submeter denúncias sobre direitos reconhecidos na Convenção ou em seus protocolos opcionais.

Ratificado por Albânia, Alemanha, Bolívia, Costa Rica, Eslováquia, Espanha, Gabão, Montenegro, Portugal e Tailândia, o Protocolo permite que crianças e seus representantes legais registrem denúncias de violações dos direitos previstos pela Convenção e seus outros dois protocolos – sobre o envolvimento de crianças em conflitos armados e sobre a venda de crianças, pornografia infantil e prostituição infantil.

“A fim de alcançar as populações mais vulneráveis e marginalizadas”, completaram as especialistas, “o Protocolo Optativo deve ser amplamente divulgado, assim como os países precisam informar e conscientizar o público sobre o direito das crianças em denunciar abusos e buscar assistência”.

O comunicado foi divulgado por Kirsten Sandberg, presidente do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança; Marta Santos Pais, representante especial do secretário-geral da ONU sobre Violência contra Crianças; Leila Zerrougui, representante especial do secretário-geral da ONU sobre Crianças e Conflitos Armados; e Najat Maalla M’jid, relatora especial da ONU sobre o tráfico, prostituição e pornografia infantis.

Fonte: ONU BR

Conheça os principais pontos do relatório do IPCC para reduzir emissões de CO2.

Estes são os principais pontos do relatório do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática (IPCC) divulgado neste domingo. Matéria da AFP, no UOL Notícias.

Principais conclusões

-Não é tarde demais para alcançar o objetivo da ONU de limitar a 2ºC no aumento da temperatura média do planeta, em relação aos níveis anteriores à era industrial.

-Para ‘provavelmente’ conseguir essa meta (probabilidade de 66%), o nível de gases de efeito estufa na atmosfera antes de 2100 não pode ser superior a 450 ppm (partículas de CO2 por milhão).

-Se nada for feito até 2030, as medidas serão mais duras e mais caras na segunda metade do século.

-Seguindo o número atual de emissões, a temperatura média aumentará entre 3,7ºC e 4,8ºC até 2100.

Custos

-Para imitar o nível de gases do efeito estufa a 450 ppm, será necessária uma mudança radical no modelo de produção e consumo de energia, diminuindo entre 40% e 70% as emissões até 2050.

-Isso significa “triplicar ou quase quadruplicar” a porcentagem de fontes energéticas limpas ou nucleares, e uma diminuição de 0,06% no consumo energético mundial.

-Para alcançar níveis entre 450 e 530 ppm até 2100 são precisos investimentos de 147 bilhões de dólares em fontes alternativas de eletricidade no período entre 2010 e 2029.

-Ao mesmo tempo, será necessário reduzir em 30 bilhões de dólares os investimentos anuais em tecnologias de combustíveis fósseis.

-Os investimentos em transportes, prédios e indústria com eficiência energética devem incrementar em 336 bilhões de dólares ao ano.

Opções

Para o transporte:
-melhorar a eficiência energética;
-investir em infraestruturas com pouca emissão de C02;
-incentivar o transporte em bicicleta e a pé.

Para a construção:
-renovar edifícios;
-aplicar medidas de eficiência energética em novos edifícios.

Para a indústria:
-mais eficiência;
-reduzir as perdas de hidrofluorcarbonos (HFCs) em refrigeradores e ares-condicionados;
-reciclar materiais.

Para a agricultura e a exploração florestal:
-reduzir a eliminação de bosques que limitam o efeito estufa;
-plantar novas florestas;
-limitar os biocombustíveis, que podem por em perigo os ecossistemas e a vida humana.

Para a planificação urbana:
-a população urbana vai duplicar antes de 2050, o que pode ser aproveitado para incentivar a eficiência energética nos transportes e edifícios

Para o consumo:
-incentivar uma mudança de comportamento do consumidor;
-reduzir o desperdícios de alimentos.

Fonte: EcoDebate

domingo, 20 de abril de 2014

Consumidores de sete países querem que empresas respeitem a biodiversidade.
Imagem: Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Pesquisa da União para o BioComércio Ético (UEBT), divulgada ontem (8), em Paris, apurou que 87% dos consultados esperam que as empresas respeitem a biodiversidade quando buscam ingredientes naturais para seus produtos. A UEBT é uma associação sem fins lucrativos que promove o Abastecimento com Respeito de ingredientes provenientes da biodiversidade. A pesquisa foi feita em fevereiro deste ano com 7 mil pessoas em sete países – França, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Colômbia, Vietnã e Brasil.

A preocupação é particularmente significativa entre consumidores de países emergentes, enquanto nos países desenvolvidos a concepção exata de biodiversidade não foi apreendida. Segundo a pesquisa, mais de 90% dos entrevistados no Brasil, Colômbia e Vietnã declararam ter ouvido falar sobre biodiversidade e quase a metade deles (49%) foi capaz de definir corretamente o termo. Isso representa o dobro do que ocorre nos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisa Barômetro da Biodiversidade, os consumidores brasileiros são os que se mostram mais atentos em relação à conservação da biodiversidade e ao significado da palavra: 89% dos entrevistados esperam que as empresas reconheçam a importância da biodiversidade em suas políticas e 88% acreditam que devem dar sua contribuição pessoal no processo de preservação do meio ambiente.

A sondagem é feita desde 2009 e engloba empresas de alimentos, cosméticos e fármacos. Os consumidores se mostraram interessados também em saber como está a relação das empresas com seus fornecedores de matérias-primas.

A representante da UEBT para América Latina, Cristiane de Moraes, disse à Agência Brasil que, em geral, os países emergentes têm a biodiversidade como fonte de insumos para indústrias, o que faz despertar o interesse dos consumidores em torno dos ingredientes naturais. Além disso, a biodiversidade é visível em países como Brasil e Colômbia, onde as florestas são consideradas um bem comum da população.

Em torno de 88% dos consumidores entrevistados nas sete nações desejam que as empresas informem a preocupação com a biodiversidade por meio da internet e em anúncios publicitários. Já 87% disseram preferir encontrar as informações nas embalagens dos produtos. No Brasil, o percentual sobe para 95%. A pesquisa revela também que as pessoas valorizam selos de sustentabilidade na embalagem.

O levantamento indica que o número de pessoas que dão a definição correta de biodiversidade vem caindo na França, Alemanha, Reino Unidos e Estados Unidos desde 2012, quando atingiu 40%, passando para 39%, em 2013 e 37% este ano. Em outro sentido, os números apontam crescimento no Brasil. No mesmo período, o índice passou de 50%, em 2012, para 53% no ano seguinte e, agora, para 55%.

Cresceu o conhecimento sobre a biodiversidade desde 2009, diz a pesquisa. Ao mesmo tempo, retrocedeu o entendimento sobre o tema. Cristiane de Moraes salientou que, considerando que uma das metas da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) para 2020 é que a grande maioria da população mundial deveria conhecer o tema, há muito a ser feito.

“É preciso esforço extra para que o tema não somente seja de consciência do público, mas também que as pessoas estejam motivadas a valorizar ações de empresas que tratam de forma ética suas cadeias de abastecimento, onde é possível promover a conservação da biodiversidade através do uso sustentável dos seus recursos e, também, gerar valor para os produtores locais. Isso pode fazer diferença para um cenário socioeconômico saudável”.

No item em que foi perguntado se os consumidores levam em conta o respeito pelas populações locais quando compram uma determinada marca de cosmético, em termos de condição de trabalho, preço e salários justos, o Brasil lidera a pesquisa com 52%, superando a média entre os sete países abordados.

Em relação às 100 maiores empresas do segmento de beleza, a pesquisa da UEBT concluiu que somente 31 delas se esforçam para ter uma conduta de abastecimento favorável biodiversidade.

A UEBT destaca outras mensagens para o setor empresarial. De acordo com o Barômetro da Biodiversidade, 85% dos consumidores querem obter mais informações sobre os ingredientes naturais usados na fabricação dos produtos.