Governo proíbe visita da ONU que investigaria o saneamento no Brasil
Complexo do Alemão
Foi expedida uma ordem, diretamente do gabinete da presidente Dilma Rousseff, para vetar missão da ONU que investigaria e avaliaria as condições do acesso à água e ao saneamento no país.
A despeito de a proibição ter ocorrido na quinta-feira, nenhuma explicação fundamentada foi concedida, pelo governo, até o momento.
Segundo informações apuradas pelo jornal O Estado de São Paulo, foi transmitido, pela ONU, que o governo não deseja, no momento - marcado por manifestações e tensão social - se evidencie mais um problema social grave do país.
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Catarina de Albuquerque, portuguesa que ocupa o cargo de relatora da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento, referiu: “O governo apenas explicou que, por motivos imprevistos, a missão não poderia mais ocorrer”.
A relatora declarou que, em 23 anos, a situação do saneamento básico foi melhorada em apenas 1%: "Entre 1990 e 2013, a situação daqueles que tem acesso ao saneamento melhorou em apenas 1%”. De acordo com ela, 7,2 milhões de brasileiros utilizam banheiros a céu aberto: “Isso representa 4% da população. É um número muito grande e quase o tamanho de Portugal”.
Apesar do compromisso internacional relativo ao recebimento de relatores da ONU, até o momento o Governo não declarou se a receberá no segundo semestre deste ano. Catarina concederia uma coletiva, à imprensa, relatando o estado do saneamento básico no país. Segundo colaboradores da ONU, há temor, por parte do governo, de que isso inflamaria ainda mais os protestos pelo país.
Qual é a sua posição a respeito deste caso? É justificável o bloqueio de investigações e pesquisas a respeito das condições sociais no Brasil como forma de manter a estabilidade do Governo? Haveria outra justificativa plausível para este impedimento? Manifeste sua opinião e contribua para o diálogo democrático.
Aterro sanitário no Nordeste, conhecido como "Favela do Lixão". Imagem: Reprodução/Redes sociais
Marcos Camponi.
Com informações de Jamil Chade/Estadão.
Fonte: Folha Política .ORG
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