terça-feira, 16 de julho de 2013

Cresce número de espécies de tubarão em risco de extinção
DIANA BRITO
VENCESLAU BORLINA FILHO

DO RIO O número de espécies de tubarão em risco de extinção cresceu 158,3% na última década no Brasil e, hoje, elas são 31. A alta chamou a atenção do governo federal, que planeja para agosto o lançamento de uma força-tarefa para tentar diminuir a lista. 

As principais causas são a pesca predatória, o aumento da poluição e da degradação dos habitat com a exploração de petróleo em águas profundas e o lançamento de resíduos de navios. 

Os tubarões são importantes no ambiente marinho por estarem no topo da cadeia alimentar. Deixando de existir, ocorre uma desestabilização da fauna local. 

A força-tarefa está sendo planejada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) com o auxílio de pesquisadores e universidades. 

Segundo Fabrício Escarlate, supervisor do trabalho do ICMBio, uma das ações será conciliar a pesca com a preservação dos tubarões de forma sustentável. Estuda-se, por exemplo, impedir a pesca de tubarões com redes. 

Para o biólogo Fábio Motta, da UNESP, uma das medidas mais importantes é a criação de áreas marinhas protegidas, como berçários. 

O Ministério do Meio Ambiente ampliará a fiscalização sobre atividades de exploração do petróleo, lançamento de esgoto no mar e a conduta irregular de navios na costa brasileira. 

BARBATANAS 

Monica Brick Peres, do Ministério do Meio Ambiente, afirma que a caçada de tubarões apenas para retirada da barbatana, usada em medicamentos e na alimentação, também contribui para colocar os animais em risco. 

Em novembro de 2012, os ministérios da Pesca e do Meio Ambiente decretaram no "Diário Oficial da União" novas normas de comercialização de tubarões e seus derivados. A partir daí ficou definido que as barbatanas só podem ser retiradas dos animais nos portos nacionais. 

Assim, evita-se que os pescadores retirem as barbatanas nos barcos e joguem os corpos no mar, o que acaba atraindo outros tubarões e pode incentivar a pesca predatória. A multa para o crime varia de R$ 700 a R$ 100 mil. 

"Essa prática é proibida desde 1998, mas a nova lei aumenta a efetividade do controle, exigindo que os tubarões desembarquem com as nadadeiras ainda aderidas ao corpo" diz Peres. O IBAMA ainda divulgará a regulamentação do decreto. 

De acordo com o diagnóstico do ICMBio, das 82 espécies de tubarões já identificadas na costa brasileira, duas foram extintas no país entre as décadas de 1970 e 1980. 

Das 31 espécies em risco, 19 aparecem na lista de "criticamente em perigo", o maior grau de risco. 
Luciano Veronezi/Editoria de arte/Folhapress

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