Neste vídeo, analisaremos a covardia dos representantes do Brasil para com o ambiente natural, que assinam acordos, criam leis que de nada serve em proteger e manter os recursos naturais do Brasil. ONGs covardes, aliadas aos destruidores ambientais, enganam a população, criando uma cortina de fumaça, para que os destruidores ambientais, continuem a destruir, e surripiar o ambiente natural no Brasil.
terça-feira, 30 de julho de 2019
domingo, 28 de julho de 2019
Entrevista – Endocrinologista brasileira alerta sobre os riscos da obesidade na infância e adolescência.
Por Sucena Shkrada Resk
FAO avalia a obesidade como uma
pandemia mundial e constatação é um dos desafios para o
cumprimento de alguns Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da
ONU.
A roupagem da malnutrição se dá
de diferentes formas: não só pela fome/subnutrição, mas também
pela obesidade, e um contingente expressivo de pessoas não faz esta
associação. O relatório anual “O Estado da Segurança Alimentar
e Nutricional no Mundo – 2019”, lançado pela FAO (braço na área
de segurança alimentar da Organização das Nações Unidas (ONU) e
outras agências, neste mês de julho, revela o que já vem sendo
constatado nos últimos anos. Hoje são cerca de 830 milhões de
obesos no mundo e este número supera o de famintos, sendo que no
Brasil, chega a quase 25% da população, sem contar o sobrepeso.
Neste cenário, aumenta a preocupação na infância e adolescência.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de
41 milhões de crianças até cinco anos de idade acima do peso. Esta
é uma questão que permeia os desafios de cumprimento dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030, nas áreas de
saúde e agricultura, consumo e produção sustentáveis…
Desprezar todas as implicações que
estão associadas a este alerta é desconsiderar o consumo
consciente, a nossa relação com o meio ambiente e cultivos e dietas
mais ricas em nutrientes e livre de agrotóxicos, no contexto da
segurança alimentar. Os riscos de morte por complicações de saúde
decorrentes do excesso de peso são reais. São quatro milhões de
mortes anualmente. Vivemos na contemporaneidade a imposição da
geração “fast food”, dos alimentos ultra-processados x
alimentação saudável, do combate ao sedentarismo, além da carga
dos componentes genéticos. A obesidade está associada a quatro
tipos de cânceres (intestino, rim, figado e ovário) ultrapassando a
causa pelo tabagismo, segundo o Cancer Research UK.
O que mais preocupa é que o perigo
vem desde a infância, algo que ficou evidenciado no estudo
Global Burden of Disease (GBD), feito em quase 200 países, entre
outros levantamentos mundiais. Em junho deste ano, o Ministério da
Saúde brasileiro também informou que está realizando o Estudo
Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), em 15 mil
domicílios de 123 municípios que abrigam crianças menores de 5
anos. A meta é buscar mapear a situação de saúde e nutrição de
crianças em todo o país, com informações detalhadas sobre hábitos
alimentares, crescimento e desenvolvimento, tendo como um dos focos o
combate à obesidade. A adesão das famílias é voluntária.
Em alguns
países, como nos EUA, Espanha, Canadá, Escócia e Inglaterra, a
obesidade infantil já é considerada, inclusive, um ato de maus
tratos e negligência e que isso pode gerar até a perda da guarda do
filho, como destaca o professor de direito Thiago Felipe Avanci, no
trabalho “Obesidade, Saúde e Direitos Fundamentais da Criança e
Adolescente”.
Foto: Maria Angela Zaccarelli
Marino/divulgação
Devido ao tamanho da relevância
deste tema, a Doutora em Endocrinologia Maria Angela Zaccarelli
Marino, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC e
neuroendocrinologista do Instituto Neurológico de São Paulo, fala a
respeito da obesidade especialmente na infância e adolescência,
contribuindo com constatações em pesquisas feitas sob sua
coordenação, nos últimos anos, em entrevista especial ao Blog
Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk.
Blog Cidadãos do Mundo –
jornalista Sucena Shkrada Resk – Quais os principais
riscos da obesidade infantil?
Maria Angela Zaccarelli
Marino – A obesidade pode estar associada a outras
doenças, como às cardiovasculares, à hipertensão arterial, ao
diabetes melito tipo 2, além de doenças respiratórias, apneia
noturna, doenças ortopédicas, osteoartrose, doenças
dermatológicas, cálculos biliares (aumento da incidência),
esteatose hepática e hiperlipemia. As doenças cardiovasculares se
configuram como a principal causa de morte no mundo, e o excesso de
peso, tanto o sobrepeso como a obesidade, são fatores relevantes. De
forma lenta e gradual, as doenças cardiovasculares se desenvolvem ao
longo da vida, e a infância é um ponto de partida, e assim é
recomendável que a prevenção aconteça neste período da vida,
justificando a preocupação com o excesso de peso em crianças e
adolescentes.
Blog Cidadãos do Mundo –
Quais constatações pode exemplificar por meio de pesquisas que tem
coordenado?
Maria Angela Zaccarelli
Marino – A distribuição de gordura corporal é
considerada o mais importante fator de risco para o desenvolvimento
de doença cardíaca, mesmo nos indivíduos com peso normal.
Sabendo-se que a resistência à insulina está relacionada
com a obesidade de distribuição central, e a intolerância à
glicose considerada fator de risco para o diabetes melito tipo 2, a
avaliação da circunferência da cintura (CC) foi verificada em um
trabalho realizado por nós, na FMABC , e mesmo crianças e
adolescentes com peso normal apresentaram excesso de gordura
abdominal com aumento dos fatores de risco cardiovascular.
Assim recomendamos não somente a
verificação do Índice de Massa corporal ( IMC) e também a medida
da CC, para além das complicações do sobrepeso e obesidade,
evitarmos o importante fator de risco para as doenças cardíacas.
Também realizamos um trabalho no
tempo de permanência dos estudantes nas Escolas Públicas Estaduais
do Município de Santo André, estado de São Paulo, e concluímos
que os hábitos alimentares saudáveis orientados e realizados
durante o período escolar integral, podem diminuir a incidência da
obesidade, prevenindo as co-morbidades associadas, e a reeducação
alimentar deve ser compartilhada com todos os integrantes da família.
De acordo com os resultados deste trabalho, verificamos diferenças
significativas entre os estudantes com obesidade das escolas de
período integral e meio período.
Blog Cidadãos do Mundo –
Como os ambientes escolar e familiar podem contribuir para inibir o
aumento progressivo da obesidade em crianças e adolescentes?
Maria Angela Zaccarelli
Marino – A obesidade é caracterizada como multifatorial,
sendo que interações entre fatores ambientais, comportamentais,
culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos são a principal
causa e acredita-se que estes fatores são mais relevantes em
sua incidência do que os fatores genéticos. Estas considerações
vêm ao encontro com os resultados deste trabalho, pois os hábitos
alimentares orientados pelas nutricionistas dentro das escolas
tiveram influência, possivelmente, no menor número de estudantes
com obesidade nas escolas em período integral. A qualidade de vida
reflete diretamente na saúde das pessoas, e pode ser promovida pela
alimentação e estilo de vida adequados, revelando a grande
importância da nutrição na saúde.
Nas escolas onde os estudantes
permaneciam apenas meio período, observamos um maior número de
estudantes com obesidade. A permanência destes alunos em ambiente
domiciliar, sem orientação alimentar, pode ter contribuído para
este aumento. Pais com obesidade geralmente refletem seu estado
nutricional nos filhos, os quais podem desenvolver algum grau de
excesso de peso.
Blog Cidadãos do Mundo –
Pode-se dizer que a obesidade é tão perigosa quanto à subnutrição
relacionada à fome? Qual é o panorama do Brasil hoje, tendo em
vista que ambas são consideradas os dois grandes males que atingem a
América Latina e Caribe, de acordo com informe publicado
recentemente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e pela FAO, afetando um quarto da população
regional?
Maria Angela Zaccarelli
Marino – O consumo alimentar, tanto nos adolescentes como
nas crianças, é estabelecido por valores socioculturais, alimentos
consumidos com influência da mídia, sedentarismo, imagem corporal e
conveniências sociais. No Brasil, a prevalência de obesidade nos
adolescentes aumentou de 4,1% para 13,9% e a prevalência de
desnutrição infantil diminuiu de 19,8% para 7,6%.
Quanto ao câncer, os estudos estão
sendo realizados, e atualmente sabemos que o maior órgão endócrino
é o tecido adiposo, com a secreção de hormônios e suas
consequências, como a puberdade adiantada em meninas.
Blog Cidadãos do Mundo –
Quais são as orientações alimentares e de mudanças de hábitos
para se evitar o risco da obesidade em uma sociedade de consumo
imediatista?
Maria Angela Zaccarelli
Marino – O estímulo à vida sedentária, com os avanços
tecnológicos nos dias de hoje, como DVDs, computadores, vídeo-games,
televisão, internet, automóveis, não orienta a população adulta
e infantil para o hábito de caminhadas, corridas e outras formas de
exercícios. Em conjunto com os erros alimentares, o ambiente vem se
tornando obesogênico.
Algumas ações de promoção da
saúde, estimulando implementação de programas de educação
alimentar e atividade física nas escolas e incentivo para mudanças
na qualidade dos alimentos oferecidos nas cantinas escolares, são
estratégias para a profilaxia dos maus hábitos alimentares, já
iniciados na infância.
Também é de extrema importância a
orientação alimentar compartilhada com todos os membros da família,
mesmo com os que não são portadores de sobrepeso ou obesidade. Os
hábitos alimentares saudáveis, ensinados nas escolas, podem e devem
corrigir os erros alimentares dos adultos que foram mal informados a
respeito da alimentação em geral, e assim são os filhos que vão
ensinar aos pais, os corretos novos hábitos.
*Sucena Shkrada Resk –
jornalista, formada há 27 anos, pela PUC-SP, com especializações
lato sensu em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional,
pela FESPSP, e autora do Blog Cidadãos do Mundo – jornalista
Sucena Shkrada Resk (https://www.cidadaosdomundo.webnode.com),
desde 2007, voltado às áreas de cidadania, socioambientalismo e
sustentabilidade.
Fonte:
ENVOLVERDE
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7/28/2019 09:08:00 AM
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Terra entra no cheque especial a partir de 29 de julho.
Essa
data nunca aconteceu tão cedo desde que o planeta entrou em déficit
ecológico no início dos anos 1970. Desse dia em diante,
a natureza não consegue mais regenerar ainda este ano tudo o que a
humanidade consumir até o final do ano.
A conta
da humanidade com a Terra entra no vermelho a partir de 29 de julho.
Desse dia em diante, passaremos a consumir mais recursos do que o
planeta consegue regenerar. Neste ano, o limite bateu um
recorde: nunca havia acontecido tão cedo desde que o planeta entrou
em déficit ecológico no início dos anos 1970. Há 20 anos,
essa data caiu em 29 de setembro; dez anos atrás, em 18 de agosto.
O motivo
pelo qual isso acontece é nosso atual padrão de consumo, que exige
uma quantidade maior de recursos do que a natureza consegue oferecer.
Projeções moderadas das Nações Unidas para o aumento da população
e do consumo indicam que em 2030 precisaríamos da capacidade de duas
Terras para acompanhar nosso nível de demanda por recursos
naturais. O cálculo também é feito para os países: é
quando o Dia da Sobrecarga da Terra cairia se toda a humanidade
consumisse como as pessoas daquela nação. No caso do Brasil, a data
cai dois dias depois, em 31 de julho.
Os dados
são da Global Footprint Network, organização internacional de
pesquisa responsável pelo cálculo do Dia da Sobrecarga da Terra e
da Pegada Ecológica, da qual a rede WWF (Fundo Mundial pela
Natureza) é parceira. Para se chegar a essa data, a Global Footprint
Network calcula o número de dias exigidos da biocapacidade da Terra
(a quantidade de recursos ecológicos que o planeta é capaz de gerar
naquele ano) para atender à Pegada Ecológica da humanidade. O
restante do ano corresponde à sobrecarga, que é causada por quatro
fatores principais: 1) o quanto nós consumimos; 2) com que
eficiência os produtos são feitos; 3) quantas pessoas existem no
planeta; e 4) quanto os ecossistemas da natureza são capazes de
produzir.
Em
vários países, o principal fator de pressão para a exploração
desenfreada dos recursos naturais é o crescente nível de consumo,
mas no caso do Brasil o problema é a acentuada queda na
biocapacidade, como mostra o gráfico abaixo. A biocapacidade
de uma cidade, estado ou nação representa o quanto seus ativos
ecológicos (incluindo terras agrícolas, pastagens, terras
florestais, áreas de pesca e terras construídas) conseguem
produzir.
Quando
entramos no cheque especial do planeta, os juros são altos e vêm na
forma de escassez de água potável, erosão do solo, perda
de biodiversidade e acúmulo de dióxido de carbono na
atmosfera, com as consequências que já conhecemos: secas
severas, inundações, aumento na quantidade e intensidade
dos incêndios florestais ou furacões. “Para a economia, isso
significa grandes prejuízos e maiores riscos aos investimentos. Para
as pessoas, significa preços mais altos dos alimentos, maiores
chances de contrair doenças e perda de bens e de vidas. Na
prática, estamos deixando o mundo mais poluído, mais inóspito e
mais pobre em biodiversidade”, sintetiza Renata Camargo,
especialista em Conservação do WWF-Brasil.
“Há
uma percepção equivocada, compartilhada por alguns, de que o Brasil
é país que mais preserva o ambiente no Planeta e que não teríamos
qualquer problema nesse aspecto. No entanto, vamos entrar no cheque
especial dos recursos naturais praticamente junto com o restante do
Planeta. Temos muito o que fazer, a começar por implementar com mais
rigor as regras de proteção ambiental que construímos ao longo das
últimas décadas, as quais ainda são muito frequentemente deixadas
de lado”, alerta Raul do Valle, do WWF-Brasil.
O
que é a Pegada Ecológica
Do lado
da demanda, a Pegada Ecológica mede a quantidade de área terrestre
e marinha necessária para produzir todos os recursos consumidos por
uma população e para absorver seus resíduos. “O uso de
combustíveis fósseis no sistema de transporte e o desperdício de
alimentos estão entre os principais vetores de pressão da demanda
por recursos naturais no Brasil”, explica Camargo.
Um
componente importante da Pegada Ecológica é a Pegada de Carbono,
que representa a área de terra necessária para sequestrar as
emissões de dióxido de carbono geradas pela queima de combustíveis
fósseis, desmatamento e outras fontes, como produção de cimento e
fermentação entérica de bovinos, por exemplo. Atualmente, a pegada
de carbono representa 60% da Pegada Ecológica total da humanidade e
é também a parte de crescimento mais rápido. Porque estamos
emitindo dióxido de carbono no ar a uma taxa muito mais rápida do
que pode ser absorvido, ele está se acumulando na atmosfera e no
oceano. Ou seja, o aumento em nossa Pegada de Carbono é o principal
impulsionador da crise climática, que é o resultado mais conhecido
– junto com a perda de biodiversidade – de nosso gasto ecológico
excessivo. Portanto, reduzir significativamente a pegada de carbono é
um passo essencial tanto para reduzir nossa pegada ecológica como
também para mitigar a crise climática.
O
conceito de Dia de Sobrecarga da Terra foi concebido pela primeira
vez por Andrew Simms, da New Economics Foundation, entidade britânica
de consultoria, que se associou à Global Footprint Network em 2006
para lançar a primeira campanha global sobre o tema. O WWF participa
desde 2007.
A Pegada
Ecológica Global e as métricas de biocapacidade são calculadas
anualmente nas Contas da Pegada Nacional e Biocapacidade. Utilizando
as estatísticas da ONU, essas contas incorporam os dados mais
recentes e a metodologia contábil mais atualizada. Para manter a
consistência com os dados e a ciência relatados mais recentes, as
métricas da Pegada Ecológica de todos os anos desde 1961 são
recalculadas a cada ano, de modo que as métricas de cada ano
compartilham um conjunto de dados comum e exatamente o mesmo método
contábil.
Dicas
para reduzir a pegada ecológica
Se
conseguirmos postergar o Dia de Sobrecarga da Terra em cinco dias a
cada ano, em menos de três décadas estaremos dentro dos limites do
planeta antes. Todo mundo pode ajudar:
Em
Casa: Desligue
sempre as luzes e os eletrodomésticos que não estão em uso; limite
o tempo do banho; prefira iluminação e ventilação naturais;
recicle seu lixo; faça uma composteira doméstica, diminuindo o lixo
orgânico; sempre que possível, deixe o carro na garagem e saia a
pé, de bicicleta ou transporte público; aproveite a cidade e peça
menos delivery (diminuindo o uso de embalagens), opte por um filtro
ou beba água da torneira, diminua o uso do ar condicionado.
Ao
fazer compras: Evite
fazer compras por impulso ou desnecessárias, opte por produtos
não-descartáveis e maior durabilidade; evite trocas periódicas de
equipamentos (celular, por exemplo), escolha produtos naturais,
frescos e com menos embalagens. Sempre que possível, compre do
produtor local, o que evita gastos de energia para transporte e
armazenamento. Prefira frutas da época e evite peixes na lista
vermelha de extinção. Não compre produtos que tenham microesferas
de plástico, como algumas pastas de dente ou esfoliantes.
No
trabalho: Faça
grupos de carona; desligue luzes e monitores sempre que não
estiverem sendo usados; traga sua caneca de casa e diminua/ elimine o
uso de copos descartáveis; desligue o ar condicionado quando não
for necessário; vá de bicicleta, a pé ou transporte público;
quando for viável opte por reuniões pela internet (em vez de
atravessar a cidade ou viajar); imprima somente o necessário,
optando por diminuir os processos que necessitam de papel.
Sobre
o WWF-Brasil
O
WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira,
apartidária e sem fins lucrativos, que trabalha em defesa da vida
com o propósito de mudar a atual trajetória de degradação
ambiental e promover um futuro no qual sociedade e natureza vivam em
harmonia.
Criado
em 1996, o WWF-Brasil integra a Rede WWF (Fundo Mundial para a
Natureza), presente em mais de 100 países. O objetivo da rede é
alterar a trajetória das curvas de perda de biodiversidade e do
aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) – ou seja,
conter a extinção de espécies e o desaparecimento de ecossistemas,
assim como mitigar os principais causadores das mudanças climáticas.
Soma-se a esses desafios a crescente demanda por alimentos e por
recursos naturais em todo o planeta, acarretando na necessidade de
promover o uso racional de tais recursos e uma produção sustentável
de alimentos.
Fonte:
ENVOVERDE
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Rede Ambiente TV
às
7/28/2019 09:05:00 AM
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Um corredor de vida para a Mata Atlântica e o Rio Paraíba.
Há 10 anos, Corredor Ecológico
promove ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, social e
econômico da região do Vale do Rio Paraíba do Sul; foco é o
engajamento da sociedade no reflorestamento da mata nativa.
Já pensou em quantas ações cabem
dentro do verbo reflorestar? Antes mesmo de plantar a primeira muda,
é necessário refletir sobre o tipo de relação que queremos ter
com as florestas. Afinal, fazemos parte do mesmo bioma.
Pois foi este caminho, de reflexão
sobre a floresta, o escolhido pelo Corredor Ecológico Ecológico
Vale do Paraíba, organização da sociedade civil que completa 10
anos de atividades em 2019.
O projeto nasceu com o objetivo de
criar – como o nome já sugere – um corredor ecológico para
interligar diferentes fragmentos de Mata Atlântica na região do
Vale do Rio Paraíba do Sul, conectando 150 mil hectares de floresta.
Para tanto, foi desenvolvida uma
metodologia chamada “Linhas de Conectividade”, em parceria com
a Empresa Júnior da Faculdade de Engenharia da Unesp Guaratinguetá,
para investir de forma estratégica em linhas de conectividade,
criando um corredor de 6.000 hectares de área reflorestada.
As linhas de conectividade são como
fios condutores, que unem os fragmentos da mata nativa na região.
Desta forma, o que se pretende é interligar o que antes estava
isolado, permitindo o fluxo biológico de animais e sementes, além
de conciliar conservação da biodiversidade, proteção dos recursos
hídricos e desenvolvimento ambiental e socioeconômico da região.
Diálogo com o produtor
rural
Só um bom projeto, no entanto, é
insuficiente para garantir o sucesso das ações. A equipe acredita
que é fundamental promover o protagonismo dos produtores rurais nos
contatos com o Corredor Ecológico.
De acordo com o presidente do
Conselho Deliberativo do Corredor, Sergio Esteves, o reflorestamento
é um processo que se constrói em conjunto com o homem do campo.
“É fundamental que a sociedade
esteja integrada às decisões envolvendo restaurações ambientais,
arranjo produtivo e organizações econômicas locais. Não posso
querer que as pessoas vivam uma realidade que o projeto pensou para
elas, como um mecanismo da sociedade civil; devemos estar a serviço
da comunidade”, diz.
Esse diálogo é determinante nas
ações de reflorestamento e educação ambiental. O método assegura
que as demandas da população local sejam supridas – sempre, é
claro, considerando práticas sustentáveis.
Mais florestas, mais água
Restaurar paisagens e florestas é
fundamental para conservar os solos e promover a segurança hídrica.
O reflorestamento ajuda a proteger as áreas de mananciais e
nascentes dos rios e é um aliado contra a crise hídrica – que, de
acordo com o Fórum Econômico Mundial, está no topo da lista de
impactos mais temidos em escala global.
Com 39 cidades, a região do Vale do
Rio Paraíba do Sul carrega a nascente do rio – que percorre
aproximadamente 180 cidades. A bacia abastece cerca de 15 milhões de
pessoas de três estados diferentes: São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais. No estado fluminense, suas águas são responsáveis
por 90% do abastecimento da região metropolitana da capital.
O Corredor Ecológico incentiva
proprietários de terra a preservar e recuperar nascentes, garantindo
que os mananciais que nascem no Vale do Paraíba continuem oferecendo
água em abundância e qualidade.
Mais informações sobre o
Corredor Ecológico:
A atuação do Corredor Ecológico,
nos três eixos da sustentabilidade.
Social:
O processo de restauração
florestal começa com o protagonismo local, a partir da mobilização
da comunidade. O reflorestamento inicia com ações de educação
ambiental, seja com o público diretamente envolvido, seja com a
população dos arredores.
Ambiental:
O Corredor Ecológico desenvolve e
aplica metodologias específicas, conforme a necessidade: conexão
dos fragmentos isolados da Mata Atlântica; restauração
convencional; agroflorestas. O foco é sempre na ampliação da
oferta de serviços ecossistêmicos relacionados à água e à
biodiversidade.
Econômico:
A colaboração do Corredor
Ecológico tem um olhar especial para o futuro, associando a
iniciativa ambiental ao desenvolvimento econômico. Estudam-se
manejos inteligente para a propriedade rural, auxiliando o
proprietário na geração de renda, sempre com respeito à cultura
da região.
Números
O Corredor Ecológico já promoveu a
recuperação de 430 hectares (o equivalente a 430 campos de
futebol), com 717 mil árvores plantadas.
Mais de 90 propriedades privadas
participaram desse processo, mobilizando 7.000 pessoas, entre
produtores, agentes públicos, escolas e comunidade.
As toneladas de carbono sequestradas
pelo Corredor Ecológico, ao longo desses 10 anos, correspondem às
emissões geradas por 1.622 voltas ao mundo de caminhão ou 73 mil
viagens, considerando ida e volta, de São Paulo ao Rio de Janeiro.
Os ODS da ONU
O trabalho do Corredor Ecológico
também está baseado na Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, que contém o conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) – uma lista de tarefas para
todas as pessoas com o objetivo de colocar o mundo em um caminho
sustentável.
Responsável pela área de
articulação e mobilização do Corredor Ecológico, Tatiana Motta
afirma que a vocação do Corredor Ecológico ao diálogo com
diferentes setores da comunidade, a fim de trocar experiências para
promover ações sustentáveis, está intimamente ligada aos ODS.
“Preservamos essa característica
em todos os lugares onde atuamos. Na prática do reflorestamento, não
há uma fórmula pronta para que as coisas aconteçam. É nessa troca
de experiências que conseguimos um trabalho mais efetivo”, afirma
Tatiana. “Inclusive, um dos ODS que trabalhamos nesta ação é o
de fortalecer parcerias para buscar o desenvolvimento sustentável”,
completa.
Os outros ODS ligados à atividade
são: saúde e bem-estar; educação de qualidade; água potável e
saneamento; ação contra a mudança global do clima; reflorestamento
e uso sustentável dos ecossistemas.
Fonte: ENVOLVERDE
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7/28/2019 09:02:00 AM
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Ecologismo de Raiz: Conheça uma turma que faz uma revolução subterrânea.
por Samyra Crespo
Está circulando na internet uma
matéria que reúne 12 mulheres que fizeram e ainda fazem diferença
no ambientalismo global. Mulheres do naipe de Vandana Shiva,
ecofeminista indiana e de Wangari Mattai (prêmio Nobel) queniana,
que criou o mundialmente famoso Greenbelt, liderando outras mulheres
e comunidades no plantio do maior número de árvores que se tem
notícia – por mãos do povo pobre de áreas rurais. Sem falar em
Rachel Carson que sendo cientista e ativista, mudou para sempre nossa
compreensão sobre os danos causados pelos pesticidas no ambiente
natural e na saúde humana.
Fiquei pensando no time de mulheres
brasileiras, ou identificadas com o Brasil, país que escolheram para
viver e labutar.
São muitas e valorosas, e têm
trajetórias dignas de admiração. Lembro assim rapidamente, sem
querer exaurir uma lista que começou há pelo menos há cinco
décadas com pioneiras incríveis, de Magda Henner, Rute Christie e
Judith Cortesão (uma dezena naqueles anos de desbravamento) – e
para nomear queridas companheiras de luta do presente: Miriam
Prochnow (Movimento Ambientalista de SC), Maria Dalce Ricas (MG),
Márcia Hirota (SOS Mata Atlântica) Adriana Ramos (ISA), Thaís
Corral (Redeh/RJ), Raquel Biddermann (FGV/WRI), Denise Hamu (no seu
tempo de WWF) e tantas outras que fazem jus ao título de líderes.
Mas hoje quero falar de uma turma
diferente.
Pois nem só de políticas públicas
e ativismo político estrito – no sentido do embate – vive o
ambientalismo, especialmente aquele que eu denomino “de raiz”,
que surgiu como um movimento contracultural, espanando a poeira do
século passado e propondo uma nova ética. Uma nova forma de viver.
O substrato dessa nova ética é
simples: reconexão com a natureza da qual fazemos parte.
Compreender
as relações sistêmicas e de causa e efeito de nossas ações em
relação ao ambiente natural. Reconhecer a beleza e a inteligência
que subjaz à teia complexa da vida.
No ambientalismo brasileiro temos
representantes de peso da corrente mundialmente chamada de Deep
Ecology. Aqui se usa vários termos para denominar esta corrente:
ecologia profunda (literal demais), ecologismo ético, ecologia
integral (Encíclica Laudato Si’- do Papa Francisco) e também de
fundamentalismo ecológico (em geral usado pejorativamente pelos
adversários).
Nosso mais conhecido expoente –
porque publica e tem mídia é o ex-Frei Leonardo Boff. Famoso
teólogo da Igreja da Libertação, ao deixar o sacerdócio (por
pressão do Vaticano) tornou-se um consistente pensador ecologista.
Percorre o país defendendo a Carta da Terra, documento alternativo à
Declaração do Rio (documento oficial da Rio 92). Prega a Ética do
Cuidado. Cuidado com a Mãe Terra e cuidado com a natureza generosa,
fonte vida.
Grosso modo né? Pois não dá para
resumir num texto do FB toda a obra filosófica do profeta BOFF.
A Carta da Terra e outros documentos semelhantes emulam e animam uma centena de movimentos espiritualistas dessa corrente que nominei há pouco.
Um enorme corolário de comunidades,
templos budistas, seitas como Bhrama Kumaris, Hare Krishna, União do
Vegetal, Ananda Marga e uma miríade de movimentos neo rurais – que
pregam a volta ao campo numa perspectiva de conservação de áreas
naturais e de vida saudável.
Tivemos um aperitivo desse coquetel
de tendências culturais e religiosas na própria ECO-92, como
preferem chamar a Conferência do Rio: a emocionante Vigília dos
Líderes Religiosos no Aterro do Flamengo.
Ali esteve presente o Dalai Lama,
Mãe Beata, liderança do candomblé, nosso rabino-escritor Nilton
Bonder e todo o ecumenismo possível dos anos 90′. O mundo e o
Brasil diversos e irmanados num só canto e numa bela esperança.
Quem foi ou viu pela TV – não resistiu à emoção.
Pois é, tire os curiosos e os
peregrinos de ocasião e você vai encontrar um vigoroso grupo de
ecologistas diferentes dos que estamos acostumados a acompanhar pela
imprensa.
Além do nosso querido Boff pontifica na Deep Ecology um outro autor, menos conhecido: Arthur Sofiatti. Mora no interior do Estado do Rio, escreve em jornais provincianos mas não dá para falar de ecologismo ético sem mencionar seu nome. Eu o conheci quando tinha um centro de recolhimento de animais feridos por caçadores ou abandonados. Numa época em que o Ibama não prestava esse serviço.
Assim como não dá para deixar de
mencionar Susan Andrews, americana que se converteu ao hinduísmo e
que vive no Brasil há quase 30 anos. Mais especificamente, Susan
vive no interior de São Paulo onde mantém o centro Visão do
Futuro.
É um centro de formação em
biopsicologia, em medicina ayurvedica aplicada ao bem estar
e de treinamento de Yoga. Trabalha com crianças, jovens e
profissionais de saúde.
Desenvolve uma linha de trabalho
rara que une a ciência de ponta (evolucionistas /neurocientistas)
para mostrar que é possível melhorar a humanidade.
Mantem um sítio ecológico e
pratica a economia circular. Seu trabalho tem um enorme impacto nos
vizinhos – fazendas e prefeituras.
E nas turmas que vão e vêm de seus
cursos. Frequentei alguns.
Ela é uma das vibrantes difusoras
da metodologia do FIB – Felicidade Interna Bruta – que veio até
nós via Butão (país budista – vizinho do Tibete).
O Butão criou um Ministério da
Felicidade e um Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável que
merece ser conhecido. Lá estive em 2010 e pude ver pessoalmente o
discurso na prática. Fiquei impressionada. Algo como a Costa Rica na
versão budista.
O fato é que Susan Andrews, mulher
pequena, de olhos azuis e de sorrisos de Monalisa, faz uma revolução
no seu entorno. Fala lindamente para banqueiros, prefeitos, médicos
e forma dezenas de líderes ecologistas. Tem carisma. Encanta.
Na última vez que a visitei no
Centro lá havia uma turma de 80 pessoas praticando a alimentação
saudável e se envolvendo em centenas de projetos socioambientais
pelo Brasil afora.
Escolhi a dedo falar de Susan porque
tanto ela quanto Thais Corral estão promovendo o que chamam de
“comunidades regenerativas” . É um repertório que vem do micro,
que tem grande impacto local e que pressupõe uma prática coerente
com a vida e a missão de cada pessoa. E que contempla a dimensão
espiritual ou metafísica, sem exigir conversão à aquela ou a esta
religião.
Existem muitos, mas muitos lugares desse tipo. Atuando para mudar o mundo. Para mudar a cultura.
Regenerar o Planeta.
Samyra
Crespo é cientista social, ambientalista e pesquisadora sênior
do Museu de Astronomia e Ciências Afins e coordenou durante 20 anos
o estudo “O que os Brasileiros pensam do Meio Ambiente”.
Fonte:
ENVOLVERDE
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Rede Ambiente TV
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7/28/2019 08:59:00 AM
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Mananciais – Billings exemplifica um dos maiores desafios nas regiões metropolitanas: planejamento urbano.
Por Sucena Shkrada Resk
As leis de proteção dos
mananciais existem desde os anos 1970 (com atualização em 1997) e o
problema da poluição das águas formadoras do reservatório já é
discutido desde aquela época.
Aos 94 anos, a Represa Billings, na
Bacia Hidrográfica do Alto-Tietê, é considerada como “a maior
caixa d´água” da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), além
de ser um destino ecoturístico em certos trechos, utilizada para
controle de cheias no rio Pinheiros e fonte para a geração de
energia na Usina Hidroelétrica Henry Borden, em Cubatão. Com 1,2
bilhão de metros cúbicos de água, este reservatório de usos
múltiplos retrata, no entanto, em anos consecutivos, os desafios e
ônus impostos pelo crescimento desordenado das cidades.
O mais recente levantamento da série
do Projeto
de Índice de Poluentes Hídricos (IPH) da Universidade
Municipal de São Caetano do Sul (USCS) acentua um alerta recorrente
sobre a qualidade das águas em 164 pontos de pesquisa. O
levantamento tem sido feito desde 2015 no reservatório, que abastece
mais de 1,6 milhão de pessoas principalmente na zona Sul da capital
e municípios do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e
Diadema), pelo Sistema Rio Grande. Atualmente as análises estão
sendo aprimoradas com o sequenciamento genético dos microorganismos
e levantamento da composição do que está no fundo do reservatório.
A apuração expressa o quanto o
saneamento ambiental ainda é deficiente na região, acarretando
impactos em diferentes trechos do reservatório. Neste ano, no braço
do Rio Grande, foi apurado que a qualidade da água está regular; no
dos rios Pequeno, Capivari e Pedra Branca, boa; no de Taquacetuba,
regular próximo de ruim; no de Bororé, ruim; nos de Grota Funda,
Alvarenga, Cocaia (Corpo Central), péssima. O resultado do
levantamento foi apresentado pela professora e pesquisadora Marta
Angela Marcondes, coordenadora do projeto, durante o I Fórum sobre
Proteção de Mananciais – 10 Anos da Lei
Específica do Reservatório da Billings, neste mês, na USCS.
Outro aspecto relevante nesta
problemática é a compreensão da ocupação e uso do solo. Na
sub-região Billings – Tamanduateí, o município de Santo André
tem 54% de sua área total inseridos em Área de Proteção de
Mananciais (APM); São Bernardo do Campo (53%); Diadema (22%), Mauá
(19%) e Ribeirão Pires (64%) e Rio Grande da Serra (100%), além de
parte de São Paulo (11%).
São inúmeros fatores que levam a
esta poluição hídrica. A deficiência da coleta e de tratamento de
esgoto doméstico e de efluentes industriais na maioria dos
municípios; a lentidão de décadas para a despoluição dos rios
Tietê, Pinheiros e Tamanduateí e afluentes, o aumento irregular de
imóveis e desmatamento no entorno da represa, como também o despejo
irregular de efluentes agrícolas e de resíduos sólidos. Um risco à
saúde ambiental, com bactérias de todos os tipos, causadoras de
problemas gastrointestinais e de pele, além dos resíduos tóxicos
provenientes de metais pesados.
Soma-se a isso, a interferência dos
períodos de chuva e estiagem que acentuam os problemas.
Onde a situação é avaliada como
melhor, a exemplo do braço Capivari, a justificativa é de que a
região é ainda bem isolada, pouco urbanizada e mantém matas
preservadas e relevo acidentado.
Análise do fundo do
reservatório
O Projeto IDH/USCS, desde o ano
passado, está aprimorando a análise das águas do reservatório e
novos alertas surgem. “Também estamos estudando o fundo do
reservatório, que são acúmulos de profundidade de oito a 20
metros. A situação é de ruim a péssima, nos trechos de Bororé e
Grota Funda”, diz a bióloga. É um universo de lodo e de uma
diversidade de elementos, como microplásticos e metais pesados.
Em abril deste ano, moradores de
municípios do Grande ABC se depararam com uma água de tom amarelo e
marrom e odor desagradável, que saia das torneiras. Segundo a
Sabesp, a cor era proveniente da quantidade superior de ferro e
manganês, que emergiu do fundo da represa, com o fluxo de água
provocado pelo excesso de chuva da represa do Rio Grande para a
Billings. Algo que não ocorria desde 2013.
Nas águas da Billings, ainda são
encontrados fármacos, hormônios, antibióticos, agrotóxicos e
microcistina (toxina por pequenos organismos), que não passam por
tratamento, segundo Marta. “Acabam indo para nossas torneiras”,
afirma. Nem tudo é passível de solução nas estações
de tratamento de água.
No ano passado, também foram
encontrados 12 novos grupos bactérias que até então não haviam
sido detectadas. De certa forma, representa uma “caixa-preta” de
sedimentos que podem causar mais comprometimentos à saúde. A
Billings também sofre periodicamente com a eutrofização, quando o
excesso de esgoto e insolação tropical contribuem para a
proliferação de algas.
A Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (Cetesb), em seu Relatório
da Qualidade das Águas Interiores no Estado de São Paulo 2018,
informou que os pontos localizados no Complexo da Billings e em um
ponto no reservatório do Rio Grande, no município de Ribeirão
Pires, apresentaram a classificação anual ruim para o Índice da
Comunidade Fitoplantônica, principalmente em razão da grande
presença de organismos e cianobactérias.
Atualmente são mantidos na bacia da
Billings, pela Cetesb, as Estações de monitoramento automático on
line da qualidade da água Ribeirão Pires, no braço do Rio Grande
junto à captação da SABESP, para onde afluem as águas do ribeirão
Pires; no braço do Taquacetuba; e na barragem reguladora
Billings-Pedras (Summit Control).
Somado a estes problemas,
recentemente houve a constatação de mortandade de peixes em casos
isolados. “Caiu um tipo de óleo, no Braço Central, perto da
Imigrantes, que impediu a entrada de luz e baixou o oxigênio na
água”, explica a pesquisadora.
Segundo Marta, os estudos do
IPH/USCS têm sido encaminhados aos órgãos públicos gestores
competentes, para o auxílio de políticas públicas mais eficientes,
e ao Ministério Público Estadual.
Riqueza ambiental
Para melhor compreensão da
importância da despoluição, mais um argumento é quanto ao
patrimônio ambiental da Sub-bacia da Billings ser de extrema
relevância. Em levantamento de fauna e flora, algumas espécies de
flora reféns da pressão no entorno na região são a bromélia
Tillandsia linnearis, considerada extinta antes destes estudos,
as orquídea-de-Loddigess Catleya loddigessi e a
orquídea-de-samambaiuçu Zygopetalum maxillarie, o
bambú Merostachys neesii e a palmeira
prateada Lytocaryum hoehnei. A ictiofauna da Billings
tem diferentes espécies, como o lambari – Astyanax
fasciatus, a traíra – Hoplias malabaricus, o
cará – Geophagus brasiliensis e a coridora
– Corydoras aeneus.
A região da sub-bacia também é
refúgio para diferentes aves, como o tucano-debico-verde
– Ramphastos dicolorus -, a marreca caneleira
– Dendrocygna bicolor – e a fragata comum
– Fragata magnificens. Estas e outras características
da Billings, são descritas no Caderno
de Educação Ambiental, na edição especial Mananciais: Billings,
um trabalho de 300 páginas com vasta informação, da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente, em 2010.
Ao se conhecer melhor esta região
de mananciais, o que fica claro é a importância da valorização
ambiental da região, com o que ainda resta de Mata Atlântica no
entorno e o quanto pode ser recuperado.
Importância das unidades de
conservação
Na Sub-bacia Billings existem três
áreas tombadas: a Área Natural Tombada da Serra do Mar; a Área
Tombada da Vila de Paranapiacaba (Santo André) e a Área Tombada da
Cratera da Colônia (São Paulo). Unidades de conservação servem
como meio de inibir e conscientizar sobre o perigo do desmatamento e
poluição.
Na região da Billings, estão o
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Itutinga-Pilões, e o
Parque Municipal Estoril, em São Bernardo do Campo; o Parque
Municipal Milton Marinho de Moraes, em Ribeirão Pires; o Parque
Natural Nascentes de Paranapiacaba e Parque Natural Municipal do
Pedroso, em Santo André; o Parque Fernando Vitor de Araújo Alves,
em Diadema, e as Áreas de Proteção Ambiental municipais (APAs)
Capivari-Monos e Bororé-Colônia, na zona Sul de São Paulo. Somados
a estas UCs, estão terras indígenas guarani.
Mas apesar de estarmos no século
XXI, grande parte do reservatório ainda recebe bilhões de litros de
esgoto in natura. Historicamente o problema vem de longa data. As
leis de proteção dos mananciais existem desde 1976 e a discussão
sobre o enfrentamento e necessidade de solução para o problema da
poluição das águas do reservatório já eram discutidos desde
aquela época.
Soluções esperadas há
décadas
Diferentes governos (estaduais,
municipais), por décadas, se comprometeram com soluções para a
despoluição, mas o problema continua. Nos últimos anos, novos
anúncios do poder público têm sido feitos quanto a obras
milionárias de saneamento, e com metas ambiciosas. Um deles é do
Programa Pró-Billings, em São Bernardo do Campo, que tem o objetivo
de garantir 100% de coleta e tratamento de esgoto de todo o “Grande
Alvarenga” até o ano que vem. A fase anterior foi na região do
Batistini. Uma parceria da prefeitura municipal com a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com recursos
nacionais e internacionais.
O Governo do Estado também divulgou
que até 2022 o rio Pinheiros estará limpo. Por outro lado, a
população, por meio de organizações socioambientais, movimentos,
academia e ministério público têm cobrado as realizações, que
têm como princípio um planejamento urbano com visão de longo
prazo.
Externalidades afetam
comunidades
O aspecto humano é mais um elemento
importante no Projeto IPH/USCS, que não pode ser menosprezado pela
gestão pública, segundo a bióloga. Marta Marcondes alerta que há
também uma quantidade significativa de externalidades que atingem
quem vive bem próximo da represa, devido à baixa qualidade
apresentada na maior parte dos trechos do reservatório. “São
casos de depressão, ansiedade, transtorno de estresse
pós-traumático. Muitos sofrem o estigma de viverem lá. Dessa
forma, o Sistema Único de Saúde (SUS) também é onerado. Quatro
aldeias indígenas guarani e cerca de 300 pescadores artesanais já
foram afetados”, afirma.
No Plano Municipal de Saneamento
Básico de São Bernardo do Campo, em 2017, foi detectado que a
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Riacho Grande, que fica próxima
à Billings, atendeu em 2016 índice 55% superior de pacientes com
doenças transmitidas pela água do que a média do município. A
unidade atingiu a taxa de 100 casos a cada mil moradores na análise
de incidência do problema, a maior delas medida no município.
Leis descumpridas
O que causa apreensão é o fato de
o arcabouço legal não estar sendo suficiente para alterar este
cenário ao longo dos anos, que infere também a relação de comando
e controle. A existência da Lei da Billings, que completou 10 anos
em 2019, apesar de ser importante, não consegue frear todos estes
problemas. A gestão é composta pelos órgãos das administrações
públicas estadual e municipais, um órgão colegiado (Comitê de
Bacia Hidrográfica do Alto Tietê – Subcomitê de Bacia
Hidrográfica Billings-Tamanduateí – SCBH-BT) e um órgão
técnico. Segundo Marta, outras legislações também deveriam ser
respeitadas, como a Lei da Mata Atlântica, o Código Florestal e da
Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo.
Segundo o advogado Virgílio Alcides
de Farias, especialista em Direito Ambiental, é preciso ressaltar
que a Constituição brasileira define que o Estado, o poder público
com a cobrança da coletividade, que já faz o seu papel têm o dever
de manter o equilíbrio ambiental para que o meio ambiente seja
salubre, entretanto, o poder público não tem cumprido seu papel
quanto à represa que está degradada.
Mais um descumprimento, de acordo
com Farias, é quanto ao artigo 46 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de São
Paulo. O texto determina, no prazo de três anos, a contar do dia 5
de outubro de 1989, os Poderes Públicos Estadual e Municipal
ficariam obrigados a tomar medidas eficazes para impedir o
bombeamento de águas servidas, dejetos e de outras substâncias
poluentes para a represa Billings.
O planejamento urbano é um ponto
estratégico nesta análise, reitera o engenheiro Renato Tagnin,
especialista no tema mananciais e expansão urbana. “Quem bebe a
água da Billings e da Guarapiranga, parte é de reuso. Os
tratamentos não alcançam os parâmetros adequados. Ainda temos a
vulnerabilidade dos aquíferos, com a superexploração das águas
subterrâneas. O mercado não atribui o valor à vegetação. Outras
pressões são viárias, como os projetos de novos acessos do
Rodoanel…”, explica.
Mais uma análise feita por Tagnin
se refere à projeção da expansão urbana para 2030 na Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP). “Praticamente a bacia toda
deverá ser ocupada. É um cenário dantesco. Até fundos de vale,
acabando com a reserva da biosfera… E o plano de abastecimento da
macrometrópole prevê a busca da água cada vez mais longe”.
Com o histórico de mobilizações
que se estende há décadas, o que fica notório é que a despoluição
da Billings é uma questão muito maior, que envolve a RMSP, quanto
ao modelo de desenvolvimento.
Basta dizer que o relatório
sobre a Vulnerabilidade Hídrica da RMSP, divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), em 2017,
sinaliza esta questão apresentada pela Campanha Billings, eu te
quero viva!, que existe desde os anos 90. Este reservatório que foi
construído com o propósito de geração de energia, acabou se
tornando uma fonte imprescindível para o abastecimento de água.
*Sucena Shkrada Resk é jornalista,
formada há 27 anos, pela PUC-SP, com especializações lato sensu em
Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional, pela FESPSP,
e autora do Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada
Resk (https://www.cidadaosdomundo.webnode.com),
desde 2007, voltado às áreas de cidadania, socioambientalismo e
sustentabilidade.
Fonte: ENVOLVERDE
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7/28/2019 08:57:00 AM
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quinta-feira, 25 de julho de 2019
Futuro ROUBADO
Futuro ROUBADO, matéria que aborda a transformação na composição química humana, que vem feminilizando homens, e masculinizando mulheres a décadas, por conta de produtos químicos presentes nos plástico.
A baixo; links de matéria do JC, Documentário Nosso Futuro Roubado BBC e do livro Nosso Futuro Roubado em PDF.
JC Debate sobre os Desreguladores Endócrinos.
O Futuro Roubado BBC - Plástico um mal para a saúde.
O Futuro Roubado LIVRO PDF.
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7/25/2019 08:26:00 AM
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terça-feira, 23 de julho de 2019
Poluição que MATA.
Neste vídeo, abordaremos a POLUIÇÃO AÉREA, que vem tirando a vida de milhares de brasileiros todo os ano.
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7/23/2019 12:43:00 PM
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domingo, 21 de julho de 2019
Nova Iguaçu preocupadíssima com a segurança alimentar!
Nesse vídeo, veremos a COVARDIA do Município de Nova Iguaçu, que possui Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional no Município, mais adquire alimentos infestados de RATOS, alimentos que serão consumidos por alunos nas escolas municipais.
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7/21/2019 08:28:00 PM
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terça-feira, 16 de julho de 2019
Sacolas plásticas, e a LEI COVARDE nº 8006 de Carlos Minc.
Nessa matéria, veremos a COVARDE LEI nº 8006 de Carlos Minc, que torna as sacolas plásticas vilãs, e condena a população menos favorecida, além de beneficiar o capital especulativo, e de nada ajudar na preservação do ambiente.
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7/16/2019 07:49:00 PM
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sábado, 13 de julho de 2019
Nova Iguaçu e seu AMBIENTE DE PAPEL.
Nova Iguaçu e seu AMBIENTE DE PAPEL. Matéria que expõe a realidade ambiental do município de Nova Iguaçu/RJ, onde a gestão arrecada recursos com o ambiente natural, sem fazer nada, e utiliza os recursos arrecadados em outras ações, onde o ambiente natural se degrada a cada ano.
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7/13/2019 06:47:00 PM
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sábado, 6 de julho de 2019
Cientistas brasileiros
reescrevem a história do gênero humano.
Reduzir o consumo
diário de carne faz bem para a nossa saúde.
Lançado na Europa mapa
do envenenamento de alimentos no Brasil.
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7/06/2019 07:59:00 PM
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