‘Celebramos’ mais um Dia Mundial da Limpeza e a sujeira continua a mesma, por Henrique Cortez
[EcoDebate] No sábado, 21/9, foi “comemorado’ mais um Dia Mundial da Limpeza e, como sempre, voluntários dedicaram-se à limpeza de nossas praias.
O Dia Mundial da Limpeza faz parte de uma mobilização internacional, chamada Clean up the World (Limpe o Mundo, em português), que é promovida desde 1993, com o objetivo de incentivar comunidades a limpar e conservar o meio ambiente.
É uma ótima e necessária iniciativa, mas parece inútil porque, na realidade, o problema se perpetua e a sociedade pouco se importa com isto e em nada está disposta a mudar.
Recolher o próprio lixo ou descartá-lo no coletor mais próximo não é tão difícil e, no mínimo, é algo que qualquer um pode e deve fazer.
Pode e deve, mas não faz, a não ser sob coerção. É o caso do Programa Lixo Zero que reduziu em 46% quantidade de sujeira recolhida nas ruas do Rio, graças às multas.
Não foi diferente com o programa Lei Seca, que sob pesadas punições, conseguiu reduzir o irresponsável binômio álcool e direção. Algo que deveria ser natural, sob padrões mínimos de responsabilidade, só ‘vingou’ com a mão pesada da fiscalização.
Voltando ao lixo nas praias, ruas, etc., acredito que vários(as) dos(as) leitores(as) já passaram pela experiência de questionar um porcalhão e enfrentar uma reação perigosamente estúpida, mesmo quando o porcalhão estava diante da família.
Acho incompreensível esta atitude, do tipo o mundo que se exploda, que pouco ou nada se preocupa com o coletivo, com os direitos de todos.
Existem variações desta atitude em praticamente tudo, como indicam a imensa e ilógica quantidade de jipões, picapes e suv’s em nossas ruas; os que adoram som além dos limites em ‘prol’ do ensurdecimento coletivo; os egoístas, espertalhões e aproveitadores de todo tipo.
Em um planetinha limitado por definição e cada vez mais lotado de gente, o comportamento ‘Tô nem Aí’, apenas contribui para aumentar o desconforto e o estresse cada vez mais presente na vida de todos.
Poucas pessoas compreendem que a parte nunca é maior que o todo e, por isto, a maioria vive como se o planeta e o universo gravitassem em torno de seu umbigo, mesmo que isto prejudique a todos, inclusive ela mesma.
As crises (ambiental, social e econômica) estão se agravando e, sem padrões mínimos de civilidade, teremos ainda mais dificuldades pela frente.
E, como em tudo mais, teremos o futuro que fizermos por merecer.
Henrique Cortez, jornalista sub-editor da revista Cidadania & Meio Ambiente e coordenador editorial do Portal EcoDebate.
Fonte: EcoDebate
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