quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Para que e para quem serve e atende o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e o Judiciário?

Qual o retorno do investimento que a sociedade faz de forma ditatorial, pois não é dada a esta a opção de não investir; em todo o aparato que mantém o Ministério Público inclusive nos salários pagos aos Promotores e Procuradores de justiça?

Fazemos estas perguntas ao MP, pois a barbárie tomou conta do Estado Rio de Janeiro no quesito cumprimento as leis por parte do setor público executivo.

Os descumprimentos vão a níveis inimagináveis. 
Trechos de rios que drenam para a Baía de Guanabara

Em uma simples análise, vamos até o código florestal que foi modificado sem nunca ter sido aplicado por parte do executivo, a não ser quando interessava ao individuo do momento politicamente e financeiramente.

Toda década de setenta, oitenta e noventa tivemos e temos as APPs sendo ocupadas por habitações e legalizadas pelo o executivo. 

Os acidentes ocorrem com maior frequência e ninguém é responsabilizado e punido.
Deslizamentos nas encostas do Rio de Janeiro

Onde não deveria existir habitações o executivo instala teleféricos e se promove perante a opinião pública. A justiça como sempre acompanha tudo em eternos procedimentos e intermináveis inquéritos que acabam sendo arquivados imperando a impunidade.

Conquistas sociais conseguidas com muita luta, são destruídas com decretos ou com a força daqueles que deveriam defender a coletividade e a legalidade.

Os danos socioambientais matam no atacado e cotidianamente; sejam pelos desastres naturais mais do que previstos, ou pelas mortes ocorridas com as contaminações hídricas, aéreas, alimentares por utilizações de defensivos químicos, pelos desordenamentos urbanos geradores do caos e por tantas outras faltas de gestão pública e cumprimento da legalidade em troca de um suborno, ou de uma compensação como se a vida pudesse ser compensada. 
Passivo INGÁ Mercantil Rio de Janeiro

Os noventa e dois municípios do Estado do Rio de Janeiro estão irregulares no recebimento do ICMS Ecológico e no Convênio com o Estado para o licenciamento de empreendimento de baixo impacto, pois não cumprem as condicionantes estabelecidas para tais; isso alem de outras tantas irregularidades. 

Encaminhamos ao INEA, a Secretaria de Fazenda e ao MPRJ tal situação em junho de 2012. Sabe o que ocorreu? Mesmo estando irregulares todos os municípios com direito a receber desde que cumpram as condicionantes garantidoras do recebimento, apresentaram informações fraudulentas e receberam os recursos oriundos do ICMS Ecológico. Tanto o executivo quanto o judiciário prevaricaram em suas atribuições; a impunidade e a criminalidade prevaleceram.

O ex Ambientalista, ex Deputado, ex Ministro do Ambiente, ex cumpra-se e atual Secretário de Ambiente Carlos Minc, eleito a Deputado Estadual negociou seu espaço no legislativo para ocupar espaço no executivo tudo muito normal.
Carlos Minc

Antes cumpra-se, agora não cumpra-se nada. Com suas licenças fast food; o senhor Carlos Minc juntamente com os demais secretários nos diversos municípios tem contribuído para as destruições ambientais no Estado do Rio de Janeiro. 

Quantos secretários foram e estão presos por descumprirem a legislação ambiental? Nenhum. O judiciário através de seus representantes tem nos alegado de que a legislação ambiental não possui ferramentas jurídicas que privem de liberdade àquele que comete crime ambiental.

Será que os representantes do judiciário não percebem que os danos ambientais estão tirando vidas, e que neste caso o crime passa a ser doloso, e que no crime doloso existe o dolo eventual, ferramenta jurídica que poderia estar sendo utilizada para punir os criminosos ambientais.

O que tem inibido a atuação dos representantes do judiciário em seus diversos níveis nas questões ambientais?

As atuais justificativas dos representantes do judiciário não justificam, alem de subestimar a inteligência dos que militam na temática. Quando questionamos tal situação aos representantes do judiciário, temos como resposta o silêncio e o império das impunidades.

Temos vários procedimentos no MPF e no MPRJ, sobre processos de mineração irregulares. Em alguns casos, a empresa que esta minerando se quer possui licença para tal, e mesmo assim após a justiça tomar ciência, no caso o MPF ou o MPRJ, estas empresas continuam minerando e a sociedade e a legalidade são apenas meros detalhes.

Empresa como a TKCSA na Zona Oeste do Rio de Janeiro, não possui licença de operação e já foi multada duas vezes por danos ambientais; esta e continua em operação. Cadê a justiça???????
A precariedade na rede hospitalar X Desastres ambientais evitáveis

As violações a legalidade estão em vários pontos do Estado do Rio de Janeiro: Porto Açu, Baía da Guanabara, Marapendí, COMPERJ e etc…

Há dezessete anos atuamos na área socioambiental. Participamos das três conferencias de ambiente e fizemos parte da comissão organizadora.

Participamos da criação e estivemos como conselheiro no Comitê da Baía da Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá.

Fomos conselheiro do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (FECAM), e participamos e atuamos no Conselho de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro alem de outros.

Presidimos uma Instituição Ambientalista  - Defensores Ambientais do Gericinó Mendanha Tinguá (DEMGEMT), em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense.

Estivemos como Coordenados da Assembleia Permanente das Entidades em Defesa do Ambiente do Estado Rio de Janeiro (APEDEMA RJ) na Baixada Fluminense por dois mandatos.

Temos um Canal de TV na WEB intitulado Rede Ambiente TV, onde produzimos e disponibilizamos vários vídeos e documentos que comprovam as violações e descumprimentos a legislação que vem ocorrendo.

Tudo isto, só tem servido para nos deixar a cada dia mais indignado.

Pessoas morrem e a impunidade impera.

Vemos mais uma vez o governador do Estado do Rio de Janeiro com mais uma ação marginal dentre tantas já praticada pelo mesmo; destruindo conquistas que levaram a morte de pessoas em suas concretizações, com a justiça acompanhando tudo de perto.

Não a outra opção para a sociedade do Estado do Rio de Janeiro, que não seja uma mobilização e a produção de documento a ser entregue a organismos internacionais, solicitando ajuda, já que ao recorrermos solicitando ajuda ao nosso judiciário não temos obtido bons resultados.

O Brasil é signatário em vários acordos internacionais que estão sendo violados com as ações dos diversos e supostos gestores públicos atuando em prol do capital e do lucro a qualquer custo, onde o cidadão e suas carências nada mais são que meras moedas de troca, para que alguém leve vantagens.

Para alcançar seus objetivos, o Estado do Rio de Janeiro através dos seus representantes se transformou em terra sem LEI, ou terra onde a LEI discrimina a quem atender.
Agressões policiais, uma realidade no Brasil

A questão não é criar ou modificar as leis. Não será através de papeis que iremos resolver os nossos problemas, e sim de atitudes. As leis são remédios que precisam ser administrados. E como nos remédios, alguns são de sabor ruim, e mesmo assim são utilizados para se evitar a morte de alguém. Enquanto a impunidade do não cumprimento as LEIs por parte do executivo continuar imperando; será a mesma coisa que adquirirmos um medicamento e não administrá-lo, fazendo com que venhamos a morrer pouco a pouco. 

Espero que o judiciário do Estado do Rio de Janeiro em seus diversos setores, possam se reestruturar e atender minimamente a população e não ao capital e seus apoiadores, impedindo os absurdos que estão ocorrendo; absurdos que causam tantos danos à sociedade carioca, danos que levam a morte.

Saudações socioambientais
Gilvoneick Souza 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sérgio Cabral envia à ALERJ projeto de lei ambiental considerado retrocesso
Renan de Almeida

Em meio a protestos contra construções em Áreas de Proteção Ambiental, como no caso da Reserva de Marapendi, o governador Sérgio Cabral encaminhou à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), em regime de Urgência, um Projeto de Lei (PL) que altera normas referentes aos Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA / RIMA). 

O Ministério Público do Estado considera que existem pontos no projeto que significam, “no mínimo, retrocessos" enquanto outros são considerados "inconstitucionais”. Não bastasse isto, ele também libera algumas exigências para atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental. Pede, portanto, que só seja votado após Audiência Pública. Mas, por conta da urgência do pedido imposta pelo governador, o PL deve ser votado nesta terça-feira (11).

“Foi uma surpresa pra todo mundo porque foi publicado na quinta, para ser votado agora, na terça, em única votação. São menos de quatro dias úteis para a sociedade e os parlamentares conhecerem e debaterem em uma lei que mexe com licenciamento ambiental de grandes projetos”, diz o promotor de Justiça Daniel Ribeiro. De acordo com ele, o MP pediu ao presidente da ALERJ que fosse indeferida a urgência, mas não houve resposta e a votação deve acontecer na terça-feira.

Enquanto a legislação federal exige o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para “projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais”, o novo PL apenas exigirá EIA para “projetos de desenvolvimento urbano em área acima de 100 hectares, quando indutores da ocupação de áreas desprovidas de infraestrutura e serviços públicos.” É, na visão do promotor, um agravante.

Em documento enviado ao presidente da ALERJ, Ribeiro e seu colega Murilo Bustamante contestam a mudança: “Mesmo diante de infraestrutura já existente, projetos maiores que 100 ha apresentam diversos impactos (viários, urbanísticos, socioeconômicos, ao meio biótico etc.) que reclamam previsão por meio de EIA, focado como todo EIA deve ser”.

De acordo com o promotor, o novo projeto “retira a voz da sociedade civil, retira o acesso. E mais do que isso, dispensa o EIA para varias atividades que é obrigatório” Ele explica que atualmente o EIA tem que ser público e o novo PL retira essa publicidade: “Sem transparência, o licenciamento de um projeto polêmico fica muito mais fácil”.

Outro ponto contestado é o que dispensa levar em consideração comentários dos afetados pelos empreendimentos. O sistema atual determina o prazo de 30 dias, antes de o projeto ser feito, para comentários por escrito e o órgão ambiental é obrigado a considerar os comentários na decisão final. "O PL retira a publicação, retira o prazo mínimo, e o órgão ambiental pode simplesmente desconsiderar os comentários", critica.

Ribeiro lembra ainda que o Estado do Rio já tentou uma mudança semelhante, mas após ação do MP, o Supremo Tribunal Federal considerou a mudança inconstitucional em 2011. “É uma insubordinação a um julgamento definitivo do supremo”, afirma.

A Secretaria do Meio Ambiente e o Instituto Estadual do Meio Ambiente não responderam as alegações do Ministério Público.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Dano Ambiental Volta Fria - Vídeo 01.

Dano Ambiental Volta Fria - Vídeo 02.

Audiência
Prazo para remediação da área termina em 2014
De acordo com a decisão da CETESB, anunciada ontem, TRANSPETRO pouco mais de um ano para recuperar toda a área contaminada na Volta Fria.
A TRANSPETRO, empresa subsidiária da PETROBRAS, tem até o dia 22 de março de 2014 para recuperar a área afetada pelo acidente ocorrido em 2010, quando o rompimento de um duto causou o vazamento de gasolina e nafta em uma área da Volta Fria. O prazo foi anunciado ontem pelo gerente regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Edson Santos, durante audiência pública realizada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Mogi das Cruzes. Em um clima tenso, e de muita discussão, o representante da CETESB divulgou detalhes dos relatórios de investigação encomendados pela TRANSPETRO aos integrantes da Defensoria Social, que denunciou o descaso na área, e a Comissão de Meio Ambiente da OAB.

Segundo a CETESB, já foram retiradas 2.500 toneladas de terra contaminada da área. "A TRANSPETRO nos encaminhou dois relatórios. Um deles foi no dia 5 de outubro, que traz uma investigação detalhada dos danos. O outro, entregue no dia 30 de novembro, a analisa os riscos de contaminação", explicou.

 Segundo o gerente, a contaminação do solo foi confirmada, e está concentrada na área de várzea do rio Tietê. O próprio relatório de remediação indica a necessidade de extração de água e solo onde há gasolina infiltrada. "Na próxima semana faremos nova vistoria junto ao Fundo Florestal, que é o órgão responsável pelas Áreas de Proteção Ambiental (APA)", disse. 

O secretário-geral da Defensoria Social, Leonardo Morelli, rebateu as informações passadas pela CETESB. "A TRANSPETRO é criminosa, mas ela é que está ditando as regras do jogo para que o caso fique esquecido. Eu não estou aqui para ouvir balelas, para ouvir que a CETESB está acompanhando o caso, porque não está". 
Morelli também solicitou à Comissão de Direitos Humanos da OAB proteção para ele, e para o representante do Alto Tietê, Silvio Marques. "Recebi uma ligação da Polícia Federal dizendo que duas ligações de pessoas que estão sendo investigadas foram interceptadas e, nelas, estas pessoas encomendavam a minha morte por denunciar este acidente da Volta Fria e o do roubo de gasolina em Itaquá. Quero deixar registrado que estou sendo ameaçado de morte", disse.
Pela primeira vez, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) atendeu ao pedido da Promotoria Social para discutir as ações que estão sendo tomadas para recuperar a área contaminada com nafta e gasolina na Volta Fria. O encontro aconteceu na noite de ontem, na sede da 17ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

A CETESB apresentou à população o último relatório técnico feito pela TRANSPETRO, finalizado dia 30 de novembro, afirmando que a água consumida pelas 10 famílias que ainda estão no local não foi afetada pelo acidente, apesar de conter coliformes fecais. A contaminação existiu, sim, mas estaria restrita à área atingida diretamente com o vazamento, onde morava uma família que já foi retirada pela Prefeitura.

Até o momento, de acordo com o gerente regional da CETESB, Edson Santos, a TRANSPETRO já retirou 103 mil litros de gasolina do local - dos 180 mil que vazaram - além 500 mil litros de água e 2,5 mil toneladas de terra contaminados. O prazo legal para recuperação total da área expira em 22 de março de 2014, exatamente três anos e meio após o acidente com o duto. Depois disso, a empresa ainda deve monitorar o local por mais um ano e meio.

O advogado José Antônio da Costa, presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB de Mogi das Cruzes, disse que irá pedir nesta sexta-feira a abertura de um inquérito civil no Ministério Público com a finalidade de conseguir uma terceira análise da água consumida na Volta Fria, já que, diferentemente do relatório da TRANSPETRO, o documento elaborado pela Promotoria Social aponta altos índices de materiais danosos à saúde nos poços utilizados pelos moradores. (Danilo Sans)

FONTE: O Diário